Ricardo Barros, líder de Bolsonaro na Câmara, depõe hoje na CPI da Pandemia; acompanhe ao vivo

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, vai depor nesta quinta-feira (12/08), às 9h30, na CPI da Pandemia no Senado. O Blog do Esmael transmite ao vivo a sessão para o Brasil e o mundo [assista abaixo].

Barros foi ministro da Saúde durante o governo de Michel Temer (MDB) e atualmente é o líder na Câmara dos Deputados do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Ricardo Barros foi mencionado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento à CPI, no dia 25 de junho, no qual denunciou um suposto esquema de corrupção nas negociações no Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin.

Segundo Miranda, ao levar o caso ao presidente da República, este teria demonstrado conhecimento sobre o caso e mencionou o nome do líder do governo, que seria responsável pela pressão em favor da empresa Precisa.

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“Comissão da Verdade”

Sobre o depoimento do deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, marcado para esta quinta, o vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a “melhor estratégia sempre é a verdade”. Ele disse “exultar” que Ricardo Barros queira depor na CPI e que a Comissão quer somente buscar a verdade. Para Renan, o depoimento será uma oportunidade para que Ricardo Barros “fale a verdade e esclareça os fatos”.

No final de junho, o deputado Luis Miranda disse em seu depoimento à CPI que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome de Ricardo Barros como suspeito de ser o mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.

“O importante é que essa verdade venha à tona e que possamos dar à sociedade brasileira as informações que ela quer”, declarou Renan.

Senadores acreditam que CPI já tem elementos para indiciar Bolsonaro

Para integrantes da CPI da Pandemia, já existem elementos para o indiciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro. O vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues, afirmou que Bolsonaro poderá ser enquadrado por homicídio qualificado e por “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”, conforme previsto no Código Penal. Ele fez questão de destacar, no entanto, que se trata de uma opinião pessoal e não de um texto para o relatório final da CPI.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que, como relator, considera importante ouvir a sugestão de Randolfe. Segundo o relator, “provavelmente” o presidente Bolsonaro estará enquadrado em algum crime, “para desespero daqueles que acham que a CPI iria acabar em pizza”. Renan informou que o relatório não tem uma data certa para ser apresentado, mas disse que vai se esforçar para antecipar a entrega do documento. Ele ainda ressaltou que os tipos penais que poderiam enquadrar os indiciados são extensos, mas apontou que a decisão será tomada por toda a CPI.

“Queremos um desfecho absolutamente verdadeiro, dentro dos limites da Constituição e da legislação brasileira”, destacou Renan.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o possível indiciamento de Bolsonaro é uma discussão que será feita com o debate sobre o relatório final. O senador apontou o desrespeito às normas sanitárias vigentes e a quebra da garantia de acesso aos serviços de saúde como possíveis crimes que poderiam ser imputados ao presidente.

“Eu defendo que sim, que o Presidente da República seja indiciado por crime de curandeirismo, por propor soluções mágicas de doenças que não têm tratamento, o que é uma forma de exercício ilegal da medicina”, argumentou o senador.

Na visão do senador Marcos Rogério (DEM-RO), o relator vai reproduzir “em um pedaço de papel o que ele vem fazendo todo dia, pois já entrou na CPI com a sentença debaixo do braço”. O senador disse que se trata apenas de mais uma narrativa e questionou a competência da CPI para indiciar o presidente da República. Marcos Rogério pediu respeito à Constituição, chamou a comissão de “circo de horrores” e voltou a dizer que a CPI deveria investigar o Consórcio Nordeste.

“Quando olham para o quintal de casa, eles fazem uma blindagem”, criticou Marcos Rogério.