Ou Bolsonaro dá o golpe, ou Bolsonaro sai preso; presidente começou tocar o berrante

O cerco está se fechando para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, nas últimas horas, elevou sua aposta por uma ditadura militar no País. A corda foi esticada ao seguinte ponto: Ou Bolsonaro dá o golpe, ou Bolsonaro sai preso –e vai fazer companhia para Roberto Jefferson.

“Bolsonaro está chamando seus apoiadores às ruas para que validem sua tentativa de golpe”, denunciou o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição na Câmara. “Mente, desinforma e tenta enfraquecer as instituições, tudo para não lidar com a sua derrota em 2022, essa sim provável e necessária”, continuou para então cobrar: “O Congresso precisa reagir enquanto há tempo.”

No sábado (14/08), Bolsonaro encaminhou uma mensagem para uma lista de transmissão no WhatsApp em que fala sobre a necessidade de um “contragolpe” e convoca apoiadores para se manifestarem no dia 7 de setembro com o objetivo de mostrar que ele e as Forças Armadas têm apoio para uma ruptura institucional.

Em um dos trechos do texto da mensagem se lê que o “contingente” da manifestação em 7 de setembro deve ser “absurdamente gigante” para “comprovar e apoiar inclusive intencionalmente” que o presidente e as Forças Armadas têm o apoio necessário para dar um “bastante provável e necessário contragolpe”.

Empolgado pelo berrante presidencial, o cantor Sergio Reis publicou vídeos e áudios nas redes sociais ameaçando invadir o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. Depois caiu no choro e mandou a mulher dizer que ficou deprimido pela repercussão do caso.

Ato contínuo, em entrevista à rádio Jovem Pan, General Heleno, chefe do GSI, declarou que Forças Armadas podem ser usadas contra “excessos” do Judiciário.

Economia

“É uma intervenção que acontece pela necessidade de manter a tranquilidade do país. E pode acontecer em qualquer lugar”, disse Heleno.

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), em caravana pelo Nordeste, sentiu de longe o cheiro de enxofre: “Estamos assistindo o começo da existência de um ditador. Um presidente que tem coragem de visitar quartel, mas não tem coragem de visitar hospital.”

Duzentos anos antes, o naturalista francês Yves Saint-Hilaire advertira: ‘Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil’.

Nesta vésperas de Dia da Independência, o Brasil é chamado novamente a fazer uma opção: ‘Ou Bolsonaro dá o golpe, ou Bolsonaro sai preso’.