O fim do auxílio emergencial está próximo, segundo o governo Bolsonaro

O governo do presidente Jair Bolsonaro confirmou que o fim do auxílio emergencial está muito próximo. Como previsto anteriormente, o programa funcionará até a segunda quinzena de outubro, não sendo novamente renovado.

De acordo com dados da Caixa, cerca de até 77 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo auxílio emergencial durante a pandemia. No entanto, elas serão cortadas dessa ajuda embora o ‘momento especial’ continue no Brasil e no mundo.

Atualmente, o programa atende cerca de 40 milhões de brasileiros que estão recebendo três parcelas (agosto, setembro e outubro). Desses, o governo do presidente Jair Bolsonaro irá tirar o apoio de 38 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade no mês de outubro.

Bolsonaro vai acabar com o auxílio emergencial para 38 milhões de pessoas enquanto promete um novo programa, o Auxílio Brasil, cuja base é formada de 14,6 milhões de beneficiários do Bolsa Família. A promessa é acrescentar 2 milhões de pessoas até chegar a 16 milhões de atendimentos.

A propaganda do governo afirma que o valor sofrerá reajuste médio de 50% do valor atual do programa de transferência de renda que é de 189,00 atualmente, podendo alcançar o valor de R$ 400 em alguns casos.

Mesmo que o novo Bolsa Família chegue a R$ 400, maldoso, o governo terá deixado 38 milhões de brasileiros e brasileiras à própria sorte: sem emprego, sem salário, sem luz, sem gás de cozinha, sem alimentos, sem educação e sem saúde.

Economia

O anúncio de Bolsonaro é de que irá aumentar o Bolsa Família, o Auxílio Brasil, só que não. O governo fará um corte no programa na seguridade social, que, infelizmente, poucos enxergam à luz do dia. Ou seja, a fome e a miséria aumentará nos próximos meses. Desesperador.

Sob Bolsonaro, miséria aumentou em 24 dos 27 estados brasileiros

O percentual da população pobre aumentou em 24 das 27 unidades da Federação brasileira entre o início do desgoverno Bolsonaro, no primeiro trimestre de 2019, e janeiro de 2021. A fatia da população pobre na média do Brasil como um todo passou de 25,2% no primeiro trimestre de 2019 para 29,5% em janeiro de 2021.

Houve ainda expansão da parcela populacional em pobreza extrema em 18 das 27 unidades da Federação. No início do desgoverno Bolsonaro, 6,1% dos brasileiros viviam na pobreza extrema. Em janeiro deste ano, já eram 9,6%. O ritmo do empobrecimento foi mais intenso no Nordeste e em grandes centros urbanos.

Em São Paulo, por exemplo, a parcela de população pobre subiu de 13,8% em 2019 para 19,7% em 2021. No Rio de Janeiro, o número ultrapassou um quinto da população, passando de 16,9% para 23,8%.

No Piauí, o número de pobres no estado subiu 5,3 pontos e agora 46,4% vivem com menos de R$ 450 por mês. Pernambuco (45,3%) e Paraíba (45,2%) registraram alta de 4 pontos. Embora 54,9% da população maranhense vivam na pobreza, o estado teve um dos menores índices de aumento (1,8 ponto).

Na região Norte, o Amapá tem o maior índice, com 55,9% da população pobre – alta de 4,5% desde 2019. Os três únicos estados onde não houve expansão da pobreza tinham participação acima de 30% dos pobres na população geral: Acre (46,4%), Pará (45,9%) e Tocantins (35,7%).

Os números foram calculados por Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). O estudo tomou como base dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e da Pnad Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A classificação de pobreza no Banco Mundial, de renda per capita de R$ 450 por mês, também foi considerada.

“A pobreza aumentou na maioria dos estados e teve altas bastante elevadas em grandes centros urbanosalu, no Sudeste e no Nordeste. As economias dos centros urbanos são muito focadas em serviços, como alimentação, alojamento e entretenimento, que foram mais atingidos pelas características desta crise”, disse o pesquisador ao jornal Valor Econômico, que divulgou os dados.

Segundo o economista, a tendência é que a pobreza e a pobreza extrema permaneçam em níveis mais elevados que os observados antes da pandemia, uma vez que o auxílio emergencial deve acabar e o mercado de trabalho permanecerá fragilizado por muito tempo, devido à falta de políticas públicas para reativar a economia e recuperar os empregos. Outro fator que contribui para reduzir ainda mais rendimentos já achatados é a trajetória de alta inflacionária, sem previsão de acabar.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chamou a atenção para o cenário. “Brasil tem aumento generalizado da pobreza, segundo FGV. Mas enquanto o povo precisa de socorro, Bolsonaro se recusa a manter o auxílio emergencial, destrói o Bolsa Família e está muito mais preocupado em promover o caos porque sabe que vai perder em 2022”, postou a deputada federal paranaense em seu perfil no Twitter.

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