A jornalista Miriam Leitão, da Globo, resumiu o manifesto da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) como um escrito de semianalfabetos porque ninguém entendeu o texto.
“O texto é muito vago, anódino. Um leitor do futuro não entenderá nada. A nota é fraca. Eles quiseram fazer omelete sem quebrar ovos”, criticou Miriam.
A colunista criticou o adiamento da divulgação do documento para depois das manifestações de 7 de setembro, a pedido do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Paulo Skaf atendeu à solicitação do Palácio do Planalto, mas setores do empresariado descontentes com o governo resolveram vazar o manifesto [clique aqui para ler].
Além de empresários ligados à Fiesp e de banqueiros da Febraban (Federação dos Brasileira dos Bancos), o agronegócio também se manifestou a favor de Bolsonaro, dos protestos no 7 setembro, porém os fazendeiros tentam se diferenciar daqueles que querem o fechamento do STF, do Congresso e rechaçam um golpe ou ditadura no país.
Em síntese, Miriam Leitão quis dizer que o pessoal da Fiesp e da Febraban ou são semianalfabetos ou se acovardaram diante de Bolsonaro.
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Leia a íntegra do manifesto da Febraban e da Fiesp:
“A Praça é dos Três Poderes
A Praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triangulo equilátero, cujos vértices são os edifícios- sede de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.