Em nota, CPI da Pandemia apoia Fux e se solidariza com ministros atacados por Bolsonaro

Os senadores que integram a CPI da Pandemia, em nota oficial, manifestaram apoio ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que cancelou reunião com os chefes dos Três Poderes após ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

NOTA DA CPI:
EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA CONSTITUIÇÃO

Os integrantes da CPI da Pandemia, abaixo-assinados, subscrevem integralmente a decisão anunciada pelo Presidente do STF, Luiz Fux, e se solidarizam com os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

É inegável que o Presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário, expediente autoritário de lembranças funestas. A própria CPI tem sido alvo recorrente de tentativas de intimidações por parte do Executivo.

Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perderem a coragem em defender a democracia.

Além da nota da comissão de investigação, senadores também saíram em solidariedade a Fux.

Economia

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, elogiou a medida do presidente do Supremo. “Parabéns ao Min. Luiz Fux, presidente do STF, pelo cancelamento da reunião entre os chefes dos Poderes e Bolsonaro”, escreveu no Twitter. O parlamentar transcreveu trecho da fala de Fux: ‘O pressuposto do diálogo é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes’.

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Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta quinta-feira (05/08) que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, tenta associá-lo às milícias.

“Daí vem o ministro Barroso – para confundir, para tentar me associar a milícias – dizendo que o Brasil não pode ter o voto no papel por causa das milícias, por causa do crime organizado, por causa do PCC”, reclamou o presidente, em reação a Barroso que recentemente afirmou ser inviável implementar o voto impresso em um país que tem “milícia”, “PCC”, “Comando Vermelho” e “roubo de carga”.

“Ninguém vai levar para casa o papel. Ninguém vai vender lá fora o voto dele. […] Não existe isso. Será que é demais? Eu estou pedindo demais?”, declarou ao defender o voto impresso.

Bolsonaro lembrou que Barroso advogou para Cesare Battisti, extraditado para a Itália. onde foi condenado por terrorismo. “Ele é favor da liberação das drogas, redução da maioridade penal, a favor do aborto”, disparou.

Veja a íntegra da live de Bolsonaro [vídeo]