Depois do voto impresso, Bolsonaro propõe luz de vela, fogão à lenha e uso do cavalo contra preço da gasolina

Se alguém tinha dúvidas de que Jair Bolsonaro faz o Brasil andar para trás, eis as fartas provas produzidas por ele mesmo. O presidente propõe a volta da luz de vela, do fogão à lenha e uso do cavalo contra o preço de R$ 7 da gasolina [por litro]. O país sofre diariamente um ‘downgrade‘, uma regressão, ao ponto de o inquilino do Palácio do Planalto defender o retorno do voto impresso e a proibição do biquíni nas praias. Um horror.

Bolsonaro parece ser mais radical que os Talebans, que retomaram o controle do Afeganistão nos últimos dias. Se revela um presidente “terrivelmente atrasado” em todos os aspectos: político, moral e ideológico.

A proposta da volta à luz de vela foi feita na live de quinta-feira (26/08) quando o presidente pediu para que os brasileiros desligassem “um pontinho” de energia elétrica, deixassem de tomar banho ou assistir televisão. Ele culpa São Pedro, coitado, pela falta de planejamento estratégico do Estado e ausência de engenharia [alô, cadê o Confea/Creas?]. O apagão de Bolsonaro, que se avizinha, tem nome e sobrenome: desinvestimento [ausências de investimentos públicos] e privatização do setor energético.

O retorno ao fogão à lenha é justificado pelo presidente da República pelo pornográfico preço do gás de cozinha, que acompanha a cotação internacional do petróleo e a variação cambial do dólar. Sem salários e empregos, as pessoas são obrigados entre comprar alimentos e o combustível necessário ao preparo das refeições. Como não há dinheiro para os dois, as famílias são obrigadas a improvisar fogões à lenha –aumento riscos de incêndios e morte por asfixia por inalação prolongada de monóxido de carbono.

Já em relação ao preço da gasolina é outro escândalo. Sete reais o litro em algumas bombas de postos de gasolina. Em outro momento, o presidente teria caído com essa pauta. Não adianta Bolsonaro tentar responsabilizar os governos estaduais pela cobrança do ICMS, pois, como demonstrou João Doria (PSDB), de São Paulo, esse imposto é o mesmo desde 2015 quanto o litro do combustível custava para o consumidor R$ 3,32. No entanto, o presidente da República tem a solução para esse problema: ‘use bicicleta’ ou ‘adquira um cavalo’.

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