CPI da Pandemia pode prender diretor da FIB BanK por contradições e mentiras; acompanhe ao vivo

Pelo andar da carruagem, o diretor da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, pode terminar preso no depoimento desta quarta-feira (25/08).

Amparado por um habeas corpus concedido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o depoente tem esbanjado contradições e mentiras –o que irritou os senadores da comissão de investigação várias vezes.

“Essa é uma das maiores farsas que estou vendo na questão comercial. Ainda bem que o governo não comprou, não gastou um tostão nisso. Mas os senhores terão de ser responsabilizados por isso”, reagiu o senador Jorginho Mello (PP-SC).

Laranja

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, lembrou que a FIB BanK fez ao menos 18 transferências financeiras para empresas de Marcos Tolentino, no total de R$ 1,9 bilhão. Todavia, o faturamento da FIB informado pela testemunha em 2020 foi de R$ 1 milhão. Roberto Pereira não esclareceu a situação e disse que seria preciso analisar os contratos que originaram as movimentações.

Após questionar a testemunha por 30 minutos, Randolfe disse não ter dúvida de que o verdadeiro dono da FIB BanK é Marcos Tolentino. Ele disse que as contradições de Roberto Pereira e os documentos de posse da CPI garantem tal informação. 

Barbearia

Roberto Pereira confirmou à senadora Simone Tebet (MDB-MS) que responde a processo judicial relacionado à barbearia na qual tem sociedade. Os demais sócios alegam que ele estaria sacando dinheiro do negócio para fins pessoais. 

Economia

“Seria interessante ver que valores são esses e ver se batem também com depósitos feitos no FIB BanK. Pode ser que esteja financiando o FIB BanK.”

Simone Tebet classificou como uma “artimanha” a utilização da empresa FIB BanK como garantidora do contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde na compra da vacina Covaxin. Para a senadora, o ex-ministro Eduardo Pazuello e os ex-servidores da pasta Elcio Franco e Roberto Dias precisam explicar por que concordaram com a assinatura de um contrato que não respeitava as exigências da Lei de Licitações.

“O contrato da Covaxin era fraudulento. Faltavam partes. Valores eram comercializados para serem pagos em paraíso fiscal por quem não fazia parte do contrato. Era um contrato que, em um primeiro momento, não exigia garantia. Quando passou a exigir, [a Precisa] apresentou a garantia de um banco que não é banco. Por que Eduardo Pazuello, Elcio Franco e Roberto Dias assinam um contrato sem as formalidade legais?”, questionou Simone.

Prisão do diretor do FIB Bank

Randolfe Rodrigues exibiu vídeo com depoimento de Geraldo Rodrigues Machado, que aparece como dono de uma das empresas que fazem parte do capital social da FIB BanK. De acordo com Geraldo, ele descobriu foi usado como laranja de uma empresa em São Paulo, onde nunca esteve. Ele afirmou nunca ter participado da criação da FIB BanK e que teve a assinatura falsificada. 

Com a insistência do depoente em declarar não saber sobre a origem da empresa e das relações dos sócios, Renan Calheiros (MDB-AL) disse ser este depoimento um “típico caso de recomendar prisão”. Em resposta, Omar Aziz (PSD-AM) disse estar impossibilitado de decidir nesse sentido por causa da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia.  

“Perjúrio não é crime”, observou o presidente da CPI.

Mas ele pediu ao depoente que tente colaborar com os senadores para que ele não tenha que tomar “medidas mais drásticas”.

Precisa Medicamentos pagou parte do custo da carta-fiança antecipadamente

O presidente da FIB BanK disse à CPI que o custo para emissão da carta-fiança, como garantia de um contrato milionário, foi de R$ 500 mil, sendo que a Precisa teria pago antecipadamente R$ 350 mil. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que já chamava atenção para as respostas incongruentes de Roberto Pereira, questionou mais uma vez e disse não acreditar que a FIB fizesse um negócio desse porte sem ter conhecimento se a Precisa era uma empresa séria ou não. Ele lembrou que, se a Precisa não honrasse seu compromisso, a FIB teria que pagar. Roberto Pereira disse que nenhum dos contratos de garantia da FIB BanK resultou em default, em inadimplência. 

FIB BanK tem R$ 7,5 bilhões de capital social, diz depoente

Roberto Pereira afirmou que o capital social da empresa Fib BanK é de R$ 7,5 bilhões, integralizados em um imóvel em São Paulo e outro no Paraná.

Questionado sobre quantas pessoas trabalham na empresa, ele apenas disse que demitiu muitos funcionários por conta da pandemia e contratou empresas para prestar serviço.

As informações são da Agência Senado

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