Gilmar Mendes, do STF, diz que conversa fiada de Bolsonaro sobre voto impresso tem que parar

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta sexta-feira (30/7) que a conversa fiada do presidente Jair Bolsonaro sobre voto impresso tem que parar. A declaração do magistrado se deu durante uma live realizada pelo site jurídico Conjur.

Para Gilmar, a discussão do voto impresso é “uma falsa questão” que esconde outras intenções. “Essa ideia de que, sem voto impresso, não podemos ter eleições ou não vamos ter eleições confiáveis, na verdade, esconde talvez algum tipo de intenção subjacente, de uma intenção que não é boa”, disse o ministro.

“Se de fato nós temos tanta certeza de que não há problemas no voto impresso, seria melhor voltar para o voto manual, que nós tivemos inúmeros problemas, inclusive na contabilização e depois no fenômeno que nós conhecemos do mapismo. Portanto, vamos parar um pouco de conversa fiada. Claro que todos nós somos favoráveis à auditabilidade da urna, queremos que seja auditável, e ela é auditável”, cobrou Gilmar, que já presidiu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Ao contestar o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Gilmar ainda criticou o tucano por dizer que “venceu” as eleições de 2014, mas não levou. “O caso do Aécio […] não lhe faltou outra coisa que não votos. Se pode até discutir abuso de poder econômico, abuso de poder político, mas isso nada tem a ver com o voto eletrônico”, fulminou.

Na mesma live participou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que disse não ver chance em PEC do voto impresso no Congresso. “A questão do voto impresso está tramitando na comissão especial, o resultado da comissão impactará se esse assunto vem ao plenário ou não. Na minha visão, tudo indica que não”, assentou.

O presidente da Câmara afirmou que confia no sistema de votação por meio de urnas eletrônicas, mas disse que não vê problemas em obter maior transparência. Segundo ele, “onde não há problema, a gente precisa deixar ainda mais claro”.

Economia

O debate no Conjur, sobre urnas eletrônicas e voto impresso, ocorreu um dia após o presidente Bolsonaro atacar o sistema de voto popular brasileiro.