Folha deu “barriga” e governo teria plantado PM na CPI, sugerem senadores

A CPI da Covid pretendia investigar o pedido de US$ 1 por dose de vacina ao convocar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, dublê de empresário policial militar da ativa de Minas Gerais, no entanto, os senadores desconfiam que foram induzidos ao engano por uma “barriga” da Folha de S. Paulo.

A barriga jornalística ocorre quando o jornalista ou empresa divulgam uma informação equivocada como se fosse um “furo”.

Ontem (quarta-feira, 30/6), o jornalão paulistano trouxe reportagem com “exclusividade” sobre pedido de propina de um dólar por membros do governo federal a cada dose de imunizante. A vacina é da AstraZeneca, que seria representada pela empresa Davati Medical Supply.

O PM foi segurança do governador mineiro Romeu Zema (Novo) e o pai dele, “Paulão”.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) viu “esquisitices” que o depoente tenha sido contratado “somente de boca” para negociar com o governo brasileiro. Além disso, o parlamentar disse que a empresa canadense Davati não tem a vacina no seu portfólio.

“Essa Davati tentou dar um golpe no Canadá”, disse o senador amazonense.

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Testemunha plantada na CPI

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) levantou, na comissão, a suspeita de que Dominguetti tenha sido “plantado” para confundir os trabalhos.

“Com todo respeito, essa testemunha foi plantada aqui. Ela foi plantada, ela está em estado flagrancial do artigo 342. Tem que dar voz de prisão a esse depoente”, disse Contarato.

Omar conversa com Luis Miranda para saber sobre áudio

Após a polêmica do áudio relacionado ao deputado Luis Miranda, o presidente Omar Aziz informou que foi conversar com o parlamentar, acompanhado dos senadores Fernando Bezerra (MDB-PE) e Marcos do Val (Podemos-ES).

Segundo Miranda, o áudio é de 2020 e na conversa se tratava de negociações sobre outros assuntos nos Estados Unidos, quando ainda não se falava em vacinas. Conforme Omar relatou, o deputado disse que o áudio teria sido usado pra prejudicá-lo e, por essa razão, iria à polícia fazer uma denúncia de crime.

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Sobre Dominguetti

Cabo da Polícia Militar, ele atuou no gabinete militar do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por 15 meses, entre 2019 e 2020. Ele está sendo investigado pela PM.

De acordo com o governo Zema, Dominguetti atuou no gabinete militar entre 7 de agosto de 2019 e 5 de novembro de 2020, na função de segurança das instalações prediais – cuidava de guarita.