Tudo que a mídia disse sobre o general Eduardo Pazuello e a leniência do Exército

Nas manchetes dos principais jornais brasileiros nesta sexta-feira (4/6), a notícia é a decisão do Exército de livrar a cara do General Eduardo Pazuello, após participar de ato político ao lado de Bolsonaro há duas semanas.

Folha destaca: Após pressão direta de Bolsonaro, Exército livra Pazuello de punição.

No Estadão: Exército livra Pazuello de punição e cria desgaste entre oficiais.

O Globo: Sob pressão de Bolsonaro, Exército livra Pazuello e põe disciplina em risco.

Os principais colunistas de jornais falam abordam aspectos do agravamento da crise institucional, com Bolsonaro colocando a política dentro dos quartéis. Todos são unânimes na crítica ao Comando do Exército. Fala-se em anarquia, submissão e vergonha.

  • Bernardo Mello Franco: Bolsonaro esvazia comandante e põe Exército de joelhos.
  • Vera Magalhães: Precedente aberto a Pazuello é de extrema gravidade.
  • Malu Gaspar: O capitão dobrou os generais. O próximo passo é transformar o Exército em milícia.
  • Lauro Jardim: Decisão de não punir Pazuello é vitória de Bolsonaro e da indisciplina.

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Merval Pereira explica o que motivou o Exército a livrar a cara de Pazuello: “A quebra da disciplina e hierarquia só aconteceu porque os militares estão convencidos de que apenas Bolsonaro pode derrotar o PT e Lula na eleição do ano que vem, e quiseram dar respaldo político a ele”.

Bruno Boghossian é menos direto: “Sem punição a Pazuello, militares deixam de ser instituição de Estado para servir ao presidente”. Marcelo Godoy aponta a gravidade: “Presidente está mais uma vez afrontando o estabelecimento militar; da última vez que o fez, há 30 anos, acabou defenestrado”.

Até políticos moderados, como Gilberto Kassab, presidente do PSD, mostram desconforto com a iniciativa do comandante do Exército, General Paulo Sérgio, de passar pano para Pazuello. O mesmo do ministro do STF, Marco Aurélio Mello: “Fiquei perplexo”.

No Estadão, o ex-ministro Raul Jungmann é direto: “É hora de reagir, antes que seja tarde”. O ex-ministro Celso Amorim afirma que decisão do Exército é “altamente preocupante para as instituições”.

Da Fundação Perseu Abramo