Freixo diz adeus ao PSOL depois de 16 anos no partido; leia a nota de desfiliação

O deputado Marcelo Freixo, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, em nota, anunciou nesta sexta-feira (11/6) sua desfiliação do PSOL depois de 16 anos na agremiação.

Embora não cite na nota, Freixo ingressará no PSB para comandar a Geringonça [frente ampla] para disputar o Palácio Guanabara –sede do governo fluminense.

Freixo lidera todas as pesquisas de opinião para a corrida eleitoral no Rio, em 2022.

A Geringonça articulada pelo ex-presidente Lula no estado do Rio, inclui, além do PSB, novo partido de Freixo, PT, PCdoB, PSD e o próprio PSOL.

Na nota, Freixo disse que sabe que o PSOL e ele estarão do mesmo lado na luta para derrotar o presidente Jair Bolsonaro.

Leia a íntegra da nota:

Economia

NOTA SOBRE A DESFILIAÇÃO DE MARCELO FREIXO DO PSOL

Ingressei no PSOL em 2005, antes de me eleger deputado estadual pela primeira vez. De lá para cá, compartilhamos uma bela história e colocamos o partido no centro da luta pela democracia brasileira. Juntos fizemos as CPIs das Milícias, do Tráfico de Armas e Munições e dos Autos de Resistência; enfrentamos com coragem os governos Sergio Cabral e Pezão; colocamos a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa a serviço dos esquecidos pelo poder público; disputamos a prefeitura do Rio de Janeiro numa linda campanha que encantou nossa cidade e fomos ao front contra o governo Bolsonaro. Mais do que companheiros de luta, as pessoas com quem construí o PSOL são amigos com quem divido projetos de vida.

Hoje, encerro esse ciclo com a certeza de que apesar de não estarmos juntos daqui para a frente no mesmo partido seguiremos na mesma trincheira de defesa da vida, da democracia e dos direitos do povo brasileiro. Essa decisão foi longamente amadurecida e tomada após muito diálogo com dirigentes nacionais e estaduais do partido, a quem agradeço pelas reflexões fraternas que compartilhamos nesse processo.

Os graves retrocessos institucionais e humanos provocados por Bolsonaro em apenas dois anos de governo impõem novos desafios à democracia e à atuação do campo progressista. É urgente a ampliação do diálogo e a construção de uma ampla aliança com todas as forças políticas dispostas a somar esforços na luta contra o bolsonarismo. É hora de colocarmos as nossas divergências em segundo plano para resgatarmos o nosso país do caos e protegermos a vida dos brasileiros. As eleições de 2022 serão um plebiscito nacional sobre se a Constituição de 1988 ainda valerá no Brasil, por isso nós democratas não temos o direito de errar: do outro lado está a barbárie da fome, da morte e da devastação.

Seguirei nessa caminhada, me dedicando à construção de pontes, reafirmando o valor do diálogo e o papel da política como meio de resolvermos de forma pacífica os problemas do nosso país. O nosso dever histórico é derrotar Bolsonaro nas urnas e o bolsonarismo enquanto projeto de sociedade. E sei que o PSOL e eu estaremos do mesmo lado para cumprir com essa tarefa.