Há um ditado segundo qual ‘corvo não come corvo’, que é uma manifestação máxima do corporativismo. Militar não pune militar, portanto.
As redes sociais se mostraram “chocadas” com a nota do Exército, nesta quinta-feira (2/6), dizendo que não irá punir o general Eduardo Pazuello pela participação do comício do presidente Jair Bolsonaro, no último dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, durante um passeio de moto.
Segundo o Exército, “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general Pazuello” e que “arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”.
Ex-ministro da Saúde, Pazuello é general da ativa. Ele participou do comício de apoio a Bolsonaro e chegou a fazer discurso ao lado do presidente.
Após demonstrar esse ato de coragem, contrariando o regimento do Exército, Pazuello foi agraciado pelo presidente com um cargo de assessoria especial no Palácio do Planalto.
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O general transgrediu o regimento, a norma, mas o comando do Exército disse que não viu tal infração que todos os demais viram.
Moral da história: corvo não come corvo, caro leitor; anote isso aí e repita: ‘corvo não come corvo’.
Leia a íntegra da nota do Exército:
“Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general.
Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello.
Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.