Derrota de Bolsonaro: jogadores decidiram não jogar a Copa América no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro sofreu uma dura derrota neste feriadão de Corpus Christi com a notícia de que os jogadores da Seleção Brasileira irão boicotar a Copa América, que começaria dia 13 de junho.

O time de Tite confirmou a entrada em campo hoje à noite, às 21h30, em Porto Alegre, mas a disposição não é a mesma para a competição da Conmebol daqui a 9 dias.

O boicote é puxado pelas estrelas que jogam no exterior e lideranças da seleção Canarinho, que articulam com ídolos sul-americanos para que não participem da Copa América no Brasil.

A revolta dos internacionais brasileiros começou no momento em que os jogadores souberam, pela imprensa, que a Copa América seria no Brasil. O grupo estava na concentração da Fazenda Comary e a reação foi de horror, indignação, pois a impressão que existia dentro do grupo era que, diante da pandemia descontrolada na América do Sul, o torneio seria cancelado.

Os jogadores se sentiram traídos e utilizados pela diretoria da CBF, principalmente por seu presidente Rogério Caboclo. Eles sentiram que foram expostos a uma situação em que seriam vistos como insensíveis à crise de saúde que seu país atravessa, com quase 500 mil mortes, para disputar uma competição que parece totalmente desnecessária: esta seria a quarta Copa América dos últimos seis anos.

Os jogadores expressaram sua frustração ao técnico Tite e pediram um encontro com o presidente Caboclo, que era cada vez mais questionado por rumores de um suposto caso de assédio a um trabalhador da CBF, revelado pela ESPN Brasil e Globoesporte.

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O encontro entre o gerente e as lideranças dos vestiários foi tenso e piorou ainda mais a situação. Tanto que acabou com Rogério Caboclo ameaçando chutar Juninho Paulista, coordenador da seleção nacional, por não conseguir controlar a revolta dos jogadores.

Tite e Juninho tiveram empatia pelos jogadores desde o primeiro momento e apoiaram a movimentação de seus figurinos. A distância e o mau clima na relação entre a comissão técnica do absoluto canarinha e a diretoria da CBF e o técnico, conhecido por seu equilíbrio e tranquilidade, vem tentando desde terça-feira proteger seus jogadores da raiva. Do presidente Caboclo, que viu nesta Copa América no Brasil uma vitória política em um momento de fragilidade.

Tanto que o dirigente proibiu o capitão e dirigente do Brasil, Casemiro, de se apresentar à imprensa nesta quinta-feira à noite, o que provocou a fúria do meio-campista do Real Madrid, que estava ansioso para tornar pública a frustração do grupo.

Preocupado com o impacto do mau ambiente nas eliminatórias, Tite só compareceu perante a imprensa e afirmou que só vai quebrar o silêncio após o jogo de terça-feira.

“Os jogadores têm a sua opinião, exprimiram-na ao presidente e vão torná-la pública na devida altura. E isso tem muito a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui antes de vós”, explicou Tite.

Ainda não se sabe se o movimento por não disputar a Copa América será transmitido de forma contagiosa às demais seleções. Embora estrelas como Agüero, Luis Suárez, Muslera e De Arrascaeta já tenham falado publicamente sobre a realização da competição.

Para entender melhor a crise, o leitor do Blog do Esmael precisa abstrair a paixão pelo futebol e olhar com uma lupa quem tem o direito de transmissão dos jogos. A Globo domina as Eliminatórias, com exibição hoje de Brasil x Equador, enquanto o SBT tem o direito de transmissão da Copa América.