CPI da Covid convoca Osmar Terra, considerado chefe do “gabinete paralelo” na Saúde

A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (9) a convocação do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), considerado chefe do “gabinete paralelo” da Saúde, e o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Marques, envolvido em fake news sobre o número de óbitos pela doença no País.

O deputado e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, é apontado como peça-chave sobre aconselhamentos repassados ao governo. Ele seria o ministro de facto, ou seja, o ministro paralelo da Saúde, que o presidente Jair Bolsonaro realmente ouve acerca da pandemia.

Já o auditor Alexandre Figueiredo Marques, ele é suspeito de ter produzido a nota que alegava ter “supernotificação” de mortes por Covid no país. O funcionário do TCU, inclusive, já admitiu que seu pai, um militar, repassou os números falsos para o presidente Bolsonaro.

Além de Terra e Marques, a comissão de investigação ainda convocou os seguintes nomes:

  • Felipe Cruz Pedri, secretário de Comunicação Institucional do governo
  • José Alves Filho, empresário
  • Renato Spallicci, presidente da Apsen Farmacêutica
  • Francisco de Araújo Filho, ex-secretário de Saúde do Distrito Federal
  • Desenvolvedor (não nominado) do aplicativo TrateCov
  • Francieli Francinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI)

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O gaúcho Osmar Terra é médico com especialização em saúde perinatal pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em neurociência pela PUC do Rio Grande do Sul. Deputado no sexto mandato como deputado federal pelo MDB do Rio Grande do Sul, ele tem 71 anos.

Economia

Defensor de que a Terra é plana (terraplanismo), o deputado foi ministro da Cidadania em 2019, tem propagado as mesmas ideias que o presidente sobre o coronavírus: defende o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da doença e o isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças preexistentes (o chamado grupo de risco).

Considerado chefe do “gabinete paralelo” da Saúde, Terra deixou o governo Bolsonaro após 14 meses no Ministério da Cidadania em virtude de problemas na gestão do programa Bolsa Família e também para reacomodação do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS), fiel aliado do presidente, que vinha sendo criticado pela condução da Casa Civil.

Na década de 70, no Rio, Osmar Terra era militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Atualmente, Osmar Terra é conselheiro político e espiritual do presidente e da família Bolsonaro.