PSOL pede que MPF investigue lobby de Carlos Bolsonaro para compra de ferramenta israelense de espionagem

A bancada do PSOL na Câmara protocolou na última quarta-feira (19) uma representação no MPF (Ministério Público Federal) para que o órgão investigue as “motivações que levam o governo brasileiro a licitar a compra de uma ferramenta israelense de espionagem”.

O filho do Presidente da República, Carlos Bolsonaro, interveio diretamente para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública comprasse o Pegasus, programa de espionagem israelense que já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos. Em junho de 2017, por exemplo, o jornal The New York Times revelou que o software estava sendo usado pelo governo do México, ainda sob a gestão de Enrique Peña Nieto, para espionar ativistas contrários à sua gestão.

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A atuação direta do vereador do Rio de Janeiro gerou uma disputa com o alto comando militar, já que a compra está sendo articulada através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Anderson Torres, ao invés do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo General Augusto Heleno.

Economia

Para a líder da bancada do PSOL, Talíria Petrone, o ato é “inconstitucional” e confirma o intuito do filho “02” de “contaminar a gestão pública através de ameaças e aparelhamentos”.

“Por qual razão estaria Carlos Bolsonaro articulando a contratação deste serviço para operar no Brasil? Sabe-se que o uso dessa ferramenta israelense dependerá apenas de quem controlará o sistema, ou seja, ela põe em risco a privacidade das pessoas”, afirmou.

No documento, os parlamentares do PSOL pedem que o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o vereador Carlos Bolsonaro sejam investigados por improbidade administrativa.

O deputado do PSOL e líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo, também informou que pedirá a convocação do vereador na CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) do Congresso Nacional.

As informações são do PSOL