Chacina com 25 mortos é motivo para a saída do governador do Rio

Não se pode naturalizar a operação policial no Jacarezinho, a mais letal da história do Rio de Janeiro, que resultou em 25 mortos nesta quinta-feira (6/5). Essa chacina é motivo para a saída imediata do governador Cláudio Castro (PSC).

Em qualquer parte do mundo civilizado, o governador do Rio e aprendiz de miliciano já teria sido afastado do cargo a bem do serviço público e da sociedade [fica a dica para a Alerj].

Hoje, 24 civis morreram e 1 policial civil perdeu a vida –o que comprova que continua no governo Castro a necropolítica, a política da morte de Bolsonaro e Witzel.

“Uma chacina no Rio de Janeiro, chancelada pelo governador Claudio Castro, recém empossado, um fiel seguidor de Bolsonaro. O Castro vai agir como um novo Witzel, ‘atirando na cabecinha’. O programa de ‘segurança pública’ dessa turma é agir com truculência. Será isso até quando?”, questionou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

Segundo a plataforma Fogo Cruzado e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), a operação policial de hoje, na Zona Norte, foi a mais letal da história do Rio.

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Os 24 moradores da favela que tiveram o “CPF Cancelado”, para utilizar a linguagem do presidente Jair Bolsonaro, não tiveram suas identidades reveladas pela polícia.

Economia

Um policial civil da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod) morreu no tiroteio desta manhã.

A chacina no Jacarezinho foi considerada “inaceitável” por entidades ligadas aos direitos humanos e instituições de ensino que estudam a violência, como o Geni/UFF.

A polícia disse que a operação teve a anuência do Ministério Público, como determina o STF, portanto, alega, a força repressiva ocorreu dentro da legalidade.

A ação mais letal ocorrida antes tinha sido no Complexo do Alemão, com 19 mortos civis, em 28 de junho de 2007.

Claudio Castro, pede para sair.

Reação

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), em nota, disse que o massacre do Jacarezinho é um exemplo típico das barbáries que acontecem nas favelas do Rio. “É o estado fazendo o mínimo para garantir direitos e fazendo o máximo para reprimir e matar”.

A vice-presidente da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Nadine Borges, disse que uma equipe de advogados que reuniu fatos ouviu relatos preliminares assustadores. “Houve execuções de pessoas que já haviam se rendido. Foi uma barbárie absoluta”, afirmou ela.

“Isso é sem precedentes”, disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, ao relatar a mais mortal operação policial que o Rio já viu.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também condenou a chacina no Jacarezinho: “Não é atirando na juventude que o Estado vai disputar o futuro dos jovens com o tráfico de drogas. Não há futuro algum quando o Estado só entra nas favelas como máquina de guerra.”

A deputada Benedita da Silva prometeu que irá lutar para que essa chacina na comunidade do Jacarezinho não fique impune. Ela comunicou que assinou, junto com a bancada do
PSOL na Câmara, ofício endereçado ao Procurador-Geral de Justiça do Rio e ao governador, cobrando imediata e rigorosa investigação da ação policial.