EUA anunciam apoio à quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19

  • Presidente Jair Bolsonaro é contra transformar as vacinas ‘bens da humanidade’ com quebra da propriedade intelectual da indústria farmacêutica

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após pressão de movimentos progressistas, disse que vai aderir a uma petição internacional para renunciar às patentes das empresas farmacêuticas, que fabricam as vacinas contra o novo coronavírus.

O debate reacendeu tensões de décadas na saúde global, colocando figuras influentes como o Papa Francisco, que apoia a proposta de dispensa de patente, contra o filantropo Bill Gates, que se opõe à liberação da propriedade.

O jornal britânico The Guardian destacou na segunda-feira (3/5) que o debate se intensifica à medida que enfermarias de hospitais lotadas na Índia e no Brasil destacaram a necessidade desesperada de produzir rapidamente mais vacinas para imunizar o mundo.

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Contraditoriamente, na condição de presidente do segundo país com mais mortes por covid, Jair Bolsonaro já se manifestou contra à renúncia de patentes e transformação do insumo em bem da humanidade. O Brasil chegou neste domingo (2/5) a 407 mil óbitos.

Enquanto isso, os americanos avaliam que a propagação contínua do vírus e a mutação no exterior acabarão por representar riscos para eles, por isso o repentino apoio à quebra das patentes.

Economia

A luta de patentes gira em torno de uma proposta à Organização Mundial do Comércio (OMC), que permitiria aos 164 países membros do organismo de comércio global pararem de aplicar um grupo de patentes relacionadas ao coronavírus durante a pandemia.

A Índia e a África do Sul estão liderando esse movimento global pela quebra das patentes argumentando que é a única maneira de garantir “acesso justo, equitativo e acessível” aos produtos Covid-19, incluindo vacinas e drogas.