No dia que o pedágio aumentou, governo anuncia duplicação na BR-277 com dinheiro público

  • Governador Ratinho Junior esteve no município para vistoriar os trabalhos
  • Obra custará R$ 77,6 milhões aos cofres públicos em duplicação no trecho que cruza o perímetro urbano de Guarapuava

Antes de você iniciar a leitura desta notícia, uma advertência: você pode achar que é uma piada pronta.

Dito isso, o governo Ratinho Junior (PSD) presenteou as concessionárias de pedágio com a duplicação da BR-277 que cruza o perímetro urbano do município de Guarapuava, na região Central do Paraná. A obra custará ao erário R$ 77,6 milhões.

Ratinho foi à Guarapuava nesta quarta-feira (14/4) vistoriar o “lançamento simbólico da pedra fundamental” da duplicação de um trecho de 3,8 quilômetros. A obra será feita ao longo de 6,2 quilômetros, incluindo também a implantação de marginais, trincheiras, viadutos, pontes, passarelas, calçadas, ciclovia e iluminação pública.

Enquanto o governador Ratinho posava para fotos, a empresa Ecocataratas cobrara tarifa de pedágio reajustada no dia de ontem em cinco praças de pedágios distribuídas entre os municípios de Foz do Iguaçu e Guarapuava.

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O projeto executivo de engenharia foi cedido ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) por meio do acordo de leniência entre a concessionária de pedágio Ecocataratas e o Ministério Público Federal (MPF).

Economia

As concessionárias fizeram acordo de leniência justamente por não cumprirem contratos que previam obras e melhorias nas rodovias pedagiadas.

O governador Ratinho Junior, até prova em contrário, tende a confirmar o modelo híbrido –do governo federal– para os novos contratos com as pedageiras em novembro próximo. Nesse modelo híbrido, as concessionárias interessadas disputarão o certame pela menor tarifa. No entanto, a ANTT também impôs um limite para o desconto a ser oferecido, ou seja, a tarifa não poderá baixar mais que o determinado pela agência, ainda que houvesse concessionárias dispostas a fazê-lo.

Em caso de empate na licitação dos novos contratos, com mais de uma empresa aceitando cobrar este valor mínimo, o critério seguinte seria a maior outorga, cujos valores não seriam destinados ao Paraná.

O governador Ratinho Junior tem se comportado em temas polêmicos como se fosse o “Governador da Patagônica”, bastante distante dos problemas reais no estado do Paraná.