Governo francês alega “pragmatismo” após suspender voos com Brasil

Os jornais franceses desta quarta-feira (14) discutem a decisão do governo de fechar toda a circulação aérea com o Brasil, anunciada na véspera pelo primeiro-ministro francês, Jean Castex. Um dia antes, o secretário de Estado dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, garantia ainda a manutenção de algumas linhas com o país.

A que se deve essa mudança de um dia para o outro? “Pragmatismo”, respondem pessoas próximas ao presidente Emmanuel Macron, citados pelo jornal Le Monde. “É preciso se lembrar do estado de surpresa e estupefação no mundo todo há um ano. Não tínhamos tanta informação quanto hoje”, justifica um conselheiro da presidência.

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A variante brasileira P1 ainda circula pouco no território francês (0,5%), onde a mutação britânica prevalece. Mas a mídia e especialistas franceses apontam com ênfase para o perigo da cepa brasileira. “É preciso temer a variante brasileira?”, pergunta a manchete do jornal católico La Croix.

Economia

“Os pacientes são mais jovens e sem patologias associadas, mas apresentam uma infecção mais grave”, cita o jornal, acrescentando que a maioria dos doentes em UTI tem menos de 40 anos. Alia-se a isso “uma gestão quase inexistente da pandemia”.

Jovens se expõem mais
La Croix lembra que, em termos gerais, o avanço da vacinação da população idosa acaba levando a uma diminuição da idade dos pacientes nas unidades de terapia intensiva. Além disso, os jovens se expõem mais.

Para Rémi Salomon, presidente da comissão médica reunindo a rede hospitalar pública de Paris, essas medidas deveriam ser coordenadas em nível europeu para serem eficazes.

Em depoimento ao jornal Libération, ele diz que seria mais favorável a uma quarentena rígida, como fizeram os britânicos com os que chegavam do exterior. O médico também alerta para outras explosões epidêmicas, como a que acontece na Índia, que ultrapassou o Brasil no segundo lugar em número de casos da doença.

O jornal Le Figaro informa que o governo francês está estudando maneiras de permitir que cidadãos franceses, possam voltar à França se desejarem.

Por RFI