O presidente da França, Emmanuel Macron, em discurso transmitido pela televisão, anunciou nesta quarta-feira (31/3) que o país entrará em lockdown a partir deste sábado (3/4). Pela cronograma do fechamento de escolas, combinado com ampliação de vacinação, a restrições estendidas a setores avançará sobre todo o mês de abril.
Em seu sétimo discurso presidencial, Macron disse que diante da terceira onda de Covid-19 é preciso definir um “novo rumo”, menos de duas semanas após ele implementar a estratégia “travar sem travar”. Na prática, o líder francês optou pelo lockdown depois do fracasso do fechamento flexibilizado.
Na TV, Macron alertou aos cidadãos franceses que o vírus é mais contagioso, mas também mais mortal nesta terceira onda. Segundo o chefe de Estado, “44% dos pacientes em cuidados intensivos têm hoje menos de 65 anos”.
Além de anunciar a ampliação de cuidadores de doentes em leitos de UTI nos hospitais, Emmanuel Macron determinou que a partir de sábado o fechamento de serviços não essenciais, proibição de viajar mais de 10 km, exceto em certas condições que permitem ir até 30 km de casa. O toque de recolher às 19 horas será “mantido em todo o lado” e o teletrabalho será “sistematizado”.
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Creches, escolas de ensino fundamental, faculdades e escolas secundárias ficarão fechadas por três a quatro semanas a partir da noite desta sexta-feira (2/4) e as férias escolares da primavera serão unificadas em toda a França a partir de 12 de abril para conter a epidemia de Covid-19, anunciou o presidente.
“Sim, o vírus está circulando nas instituições, mas não mais do que em outros lugares e a educação de nossos filhos não é negociável, a escola não é negociável”, disse Emmanuel Macron.
Ao tempo que anunciou medidas restritivas, o presidente da França também comunicou um pacote de ajuda a empresas e trabalhadores nesse período.
O custo total de ajuda e compensação às empresas aumenta para 11 bilhões de euros por mês, disse o ministério da economia francês na quarta-feira. Este montante inclui o custo total do fundo de solidariedade, o desemprego parcial para o Estado e as isenções de contribuições sociais, inclusive para os estabelecimentos que permanecem abertos mas são fortemente afetados pela crise.
Enquanto se fecha em lockdown total, a França se prepara para uma vacinação massiva no mês de abril. A ideia é repetir o Reino Unido que se fechou num primeiro momento, se vacinou, e agora começa a voltar à normalidade.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.