Notícias ao vivo da Covid: Bolsonaro transformou o Brasil numa ameaça à humanidade

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu a façanha de transformar o Brasil, outrora o país do futuro, numa verdadeira ameaça para toda a humanidade. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de epidemiologistas reconhecidos internacionalmente.

Segundo Jesem Orellana, epidemiologista da Fundação Fiocruz/Amazônia, “o Brasil é uma ameaça à humanidade” e ele afirma que “a luta contra o covid-19 foi perdida em 2020 e não há a menor chance de reverter esse cenário trágico no primeiro semestre de 2021.”

O epidemiologista disse que o máximo que podemos fazer é esperar o milagre da vacinação em massa ou uma mudança radical no manejo da pandemia. “Hoje o Brasil é uma ameaça à humanidade e um laboratório a céu aberto, onde a impunidade na gestão parece ser a regra”, criticou.

A mesma advertência havia dado na semana passada o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que instou o país a adotar medidas “agressivas” contra a pandemia.

“Se o Brasil não levar a sério, vai afetar todos os vizinhos e além, então não se trata apenas do Brasil, acho que diz respeito a toda a América Latina”, advertiu, observando que Bolsonaro converteu o “país do futuro” num pária mundial.

A vacinação avança a passos de tartaruga no Brasil, que aplicou a primeira dose em 7,8 milhões de pessoas enquanto 2,5 milhões receberam a segunda.

Economia

As vacinas utilizadas são a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e a sueco-britânica da Astrazeneca/Oxford.

Nesta quarta-feira (9/3), o Brasil teve novo recorde de 2.286 mortes por covid-19 em 24 horas e total de óbitos ultrapassa 270 mil desde o início da pandemia.

Uma das formas concretas para combater a pandemia seria lockdown total em todas as atividades, recomendam as autoridades sanitárias, no entanto, o presidente Bolsonaro se opõe à política do “fique em casa” para supostamente salvaguardar as questões econômicas.

Há controvérsias sobre o argumento negacionista do mandatário, haja vista que ao poupar os recursos do tesouro nacional quem ganha são os banqueiros e especuladores, que disputam o orçamento público a título de pagamento de juros e da amortização da dívida interna. Nesse cenário, os mais vulneráveis ficam na chuva.

A título de comparação, a Câmara dos EUA aprovou nesta quarta a ajuda de R$ 1,9 trilhão para os americanos, algo como R$ 11 trilhões, quantia incrivelmente superior 230 vezes ao auxílio emergencial brasileiro cujo teto é de míseros R$ 44 bilhões. Note que a população americana é somente uma vez e meia maior que a brasileira.

Por isso não se deve levar a sério o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros da Saúde e da Economia. Eles são fanfarrões e estão do outro lado do balcão, qual seja, da morte, dos banqueiros e do capital especulativo.