Para ler corretamente o resultado de uma pesquisa de opinião é preciso responder antes de tudo uma pergunta: a quem ela serve.
A soldo do jornal Folha de S. Paulo, o instituto de pesquisa Datafolha divulgou nesta segunda-feira (22/2) que a maioria vê o ex-presidente Lula culpado no caso do tríplex e reprova a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que anulou condenações do petista.
Segundo o Datafolha, Para 57% dizem que foi “justa” a condenação dada pelo ex-juiz Sergio Moro a Lula no âmbito da Lava Jato, enquanto, na mesma pesquisa, 51% consideram que Fachin agiu “mal” ao declarar incompetente a a 13ª Vara Federal de Curitiba.
No dia 10 de março, a Paraná Pesquisas dizia que a decisão do ministro Fachin era reprovada por 57,5%.
Como efeito prático da decisão de Edson Fachin, o ex-presidente Lula foi reabilitado politicamente –afastando os efeitos da Lei da Ficha Limpa– e o petista poderá concorrer à Presidência em 2022.
A Folha cravou o seu desejo na conta dos pesquisados do Datafolha ao afirmar que “51% não querem petista candidato”.
No entanto, o Datafolha não fez a pergunta cuja resposta correta vale um milhão de dólares: ‘você acha justo condenar alguém sem provas?’
Além do foro se incompetente, ex-presidente Lula foi condenado sem provas. Quando existiu provas [em um grampo] de que o tríplex não era do petista, segundo a Operação Spoofing, os procuradores esconderam essa informação dos autos.
Portanto, a sondagem do Datafolha tem objetivo de dar ordem unida a banqueiros e barões da mídia. É mais uma torcida do capital especulativo do que uma realidade.
O Datafolha foi realizado nos dias 15 e 16 de março. Foram entrevistadas 2.023 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos, para mais ou menos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.