A farsa da Lava Jato, por Arilson Chiorato

por Arilson Chiorato*

A Lava Jato atuou politicamente para cassar os direitos políticos do ex-presidente Lula, agora está evidente, mas para quem não foi manipulado pela mídia e deixado levar pela onda de ódio contra o PT e o legado do petismo — não é novidade. A forma como os processos foram conduzidos, o espetáculo armado, os “vazamentos” seletivos para a imprensa, tudo isso já dava indícios de vícios no processo, em uma busca incessante de culpar, de constranger, de humilhar e de enterrar a carreira política de Lula.

Não sou dessas pessoas que dizem “EU AVISEI”, acredito na importância de acolher quem se perdeu, quem se iludiu e especialmente de sermos solidários e pedagógicos, conversar, debater, sem arrogância. Mas buscando sempre construir o caminho e contribuir com a conscientização dos nossos pares.

Dito isso, reafirmo que já havia evidências de que a Operação Lava Jato atuou politicamente, evidências essas denunciadas inclusive por setores liberais que exploraram e se beneficiaram do antipetismo. Mas que enxergaram o abuso e o escárnio das movimentações.

Com a recente entrega das conversas em chats de aplicativos de mensagens à defesa do ex-presidente, não há mais como Moro, Dallagnol e os demais usurpadores que atuaram na Lava Jato, afirmarem que as mensagens são “falsas” ou “manipuladas pelos hackers”.

O fato de o Supremo ter dado acesso às mensagens para a defesa de Lula, faz de todo esse arquivo uma riqueza de provas a serem acrescidas e consideradas, sem qualquer questionamento da autenticidade do material.

Economia

A farsa está caindo por terra. Moro, que algumas mídias parciais tentam blindar a todo custo, que tentaram criar uma narrativa decente para a saída do já indecente ingresso no Governo Bolsonaro. Já não há mais como usar seu nome para representar os interesses da elite econômica do país. Moro está “desmorolizado”, um caminho sem volta.

Cabe à essa elite encontrar outros nomes para representar seu projeto liberal e entreguista, inclusive já circulam nomes de alcance nacional, mas que também são prejudiciais para as políticas públicas e sociais, a economia e todas as frentes que incidem sobre a qualidade de vida da população mais pobre.

O ex-juiz foi apenas mais uma das apostas ruins da elite econômica, que começaram em 2014 com Aécio Neves. A política é um ambiente marcado por reviravoltas, e para Moro, a pompa de “herói nacional anticorrupção” caiu por terra. As manobras políticas realizadas por ele juntamente com um grupo que abusou de poder, hoje são de conhecimento público.

A história costuma ser implacável, mas não imaginei que seria tão rápido. A corrupção é o ato de corromper, não apenas o uso adequado do dinheiro público, mas das normas, das Leis, e dos juramentos que fizeram. O mundo dá voltas.

*Arilson Chiorato é Deputado Estadual, Presidente do PT – Paraná e Mestre em Gestão Urbana pela PUC-PR. Coordenador da Frente Parlamentar sobre o Pedágio.