No “direito penal” da Folha de S. Paulo comporta um certo fascismo, pois para a publicação o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é considerado “culpado” pelas rachadinhas.
Para chegar a esse veredicto, o jornalão recorreu à pesquisa Datafolha: 58% dos pesquisados sentenciaram o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Sem direito ao contraditório e ao trânsito em julgado. O que vale é a opinião do povo.
A Folha jogou para a galera decidir tal qual faziam os regimes autoritários.
Na Roma antiga, por exemplo, os césares pediam a opinião do povo sobre se um gladiador viveria ou morreria após o combate.
Pôncio Pilatos, governador romano da Judeia, também recorreu às “pesquisas” para determinar a crucificação de Jesus Cristo.
Na história recente, o nazifascismo perseguiu e matou milhões de judeus, comunistas, ciganos, cristãos, pretos, enfim, sempre em sintonia com o populismo penal.
“Pesquisa mostra que senador filho do presidente é mais responsabilizado entre eleitores com maior escolaridade e renda”, regozijou-se a Folha, ao citar o levantamento realizado entre os dias 8 e 10 de dezembro.
O Datafolha ouviu 2.016 brasileiros de todas as regiões. A margem de erro é de pois pontos.
A Folha precisa aprender que no direito penal, no Estado Democrático de Direito, existe o direito à ampla defesa e ao contraditório. Além do acusado não ser obrigado a produzir provas contra si, ainda tem direito a um julgamento justo, com juiz imparcial, e só será considerado culpado após o trânsito em julgado da ação penal. É o que assegura a Constituição Federal de 1988.
Portanto, o jornalão paulistano desinforma e presta um desserviço ao açular os fundamentalistas contra a Constituição. Se iguala os programas policialesco de Datena, Cidade Alerta e Sikêra Junior. Um horror.
Se a Folha está com falta de pautas neste início de 2021, bastar ler o Blog do Esmael. Aqui a atualização é em tempo real e o conteúdo é gratuito e compartilhável. Fica a dica.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.