The Guardian: Bolsonaro rotulado de ‘homicida negligente’ no planejamento de vacinas do Brasil

O jornal britânico The Guardian registra neste domingo (13) que o presidente Jair Bolsonaro foi rotulado de ‘homicida negligente’ devido a falta de planejamento das vacinas no Brasil.

A publicação afirma que o mandatário é acusado por autoridades sanitárias e oposição de ignorar a vacina Covid produzida na China devido a conveniência política e ideológica.

O The Guardian lembra que a falha “homicida e negligente” em preparar um programa coerente de vacinação contra o coronavírus ocorre enquanto o número de mortes no Brasil aumenta novamente.

“Mais de 181 mil brasileiros morreram da doença que o presidente chama de ‘gripezinha’, com a maior economia da América Latina agora mergulhando em uma dolorosa segunda onda de covid”, diz a reportagem.

[Embora não esteja no corpo da matéria do The Guardian, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu 48 horas para que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esclareça o início e o término do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.]

O jornal britânico destaca que o Brasil tem a sexta maior população do mundo, porém Bolsonaro ainda não assinou um contrato com a Pfizer e evitou a vacina experimental chinesa CoronaVac por motivos supostamente políticos e ideológicos.

Economia

O The Guardian faz referência ao editorial do jornal Folha de S. Paulo, edição de hoje, que criticou a “negligência homicida” de Bolsonaro, alegando que os brasileiros foram “abandonados pelo governo” e condenados a “assistir em perigo” quando a vacinação começou em outros países.

O Estadão, jornal também alinhado ao governador de São Paulo, João Doria PSDB), desancou a “incompetência letal” de Bolsonaro. “Não sabemos quantas vacinas o governo federal terá, nem quando. Há sinais de que haverá falta de agulhas. E o ministério [da saúde] resiste a negociar opções viáveis, como CoronaVac … por motivos claramente políticos. ”, repercutiu a publicação britânica. “Não há um único aspecto no manejo desta crise que não tenha sido contaminado pelo obscurantismo, negligência, incompetência ou desonestidade do presidente ou de seu fantoche no ministério da saúde”, citou.

Por conta da posição ‘homicida negligente’, o impeachment de Bolsonaro voltou à pauta política.

O The Guardian cita ainda o advogado Daniel Dourado, especialista em saúde pública, que desabafa: “No início da pandemia pensei que assim que muitas pessoas morressem, ele estaria acabado. Mas 180 mil morreram e ele ainda está lá”, disse. “Estamos falando sobre impeachment – mas o congresso não.”

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