Papa é atacado por bolsonaristas pela aprovação do aborto na Argentina

O papa Francisco virou alvo de ataques neste sábado (12) –novamente– de bolsonaristas nas redes sociais. O Santo Padre é cobrado pela horda ligada ao presidente Jair Bolsonaro sobre a aprovação do aborto pelo parlamento da Argentina.

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta sexta-feira (11), com 131 votos a favor, 117 contra e 6 abstenções, um projeto de lei que legaliza o aborto no país. O texto, agora, será avaliado pelo Senado.

O projeto autoriza a interrupção da gravidez até a 14ª semana de gestação. Ele deverá ser feito no prazo de até dez dias do pedido.

A senha para os ataques foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro, que, nas suas redes sociais, escreveu: “Acuse-o do que você faz… Chame-o do que você é”, referindo-se ao rótulo que ele, Bolsonaro, recebeu como “genocida”. A mensagem do presidente foi retuitada junto com um comentário sobre o aborto na Argentina.

“Os deputados na Argentina aprovaram um projeto de lei a favor do aborto o Papa não fala nada. Igrejas incendiadas no Chile, silêncio do ‘santo padre’. A mídia exibe queimadas no Brasil, o Papa imediatamente se pronuncia. Estranho…”, escreveu no Twitter Raquel Stasiaki, que se identifica como conservadora.

Já o internauta Hélio Fernando disse que o Papa está ‘a serviço do inferno’ ao ficar silente acerca de temas como o aborto na Argentina.

Economia

Exageros à parte, de robôs e fundamentalistas, o Congresso Argentino discute uma proposta do governo Alberto Fernández prevendo que adolescentes e mulheres a partir dos 16 anos possam realizar a interrupção voluntária da gestação sem serem apontadas como criminosas.

O governo argentino diz que a criminalização do aborto não vem servindo para conter a prática — já que muitas mulheres seguem fazendo abortos de forma clandestina e correndo risco de morte. Ou seja, o aborto é uma questão de saúde pública não religiosa.

Quanto a cobrança de uma posição do papa Francisco, pelos bolsominions e robôs, ela se dá pelo fato de o Santo Padre ser argentino. Se ele fosse da Europa, muito provavelmente, teria passado incólume.

A birra dos bolsonaristas com o papa tem sido constante porque Francisco é contra o continuado genocídio que vem ocorrendo no Brasil. Ele é uma das poucas vozes no mundo que tem denunciado os crimes do governo Bolsonaro.

Em tempo: o papa Francisco não é deputado pela Argentina ou pelo Vaticano.

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