O fantasma da hiperinflação volta a rondar o Brasil desde o início do Plano Real, em 1994. Muitos dos brasileiros mais jovens não conheciam esse fenômeno econômico, que corrói o poder de compra dos salários e rendas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços de insumos para o produtor disparam nos últimos 12 meses e chegaram com força ao consumidor final.
A FGV cita matérias-primas como milho, soja, carnes e minério de ferro, que, em um ano, tiveram aumento médio de 68% nos preços. A Fundação menciona a desvalorização do Real e a explosão na cotação do dólar, que propiciam o retorno carestia no País.
O aumento nos preços dos alimentos somado ao desemprego também recorde nesses tempos de Jair Bolsonaro criam um cenário de fome e desespero para milhões de brasileiros, que ainda são ameaçados pelo governo com o fim do auxílio emergencial de R$ 300 neste mês de dezembro.
A FVG aponta os principais itens alimentares que tiveram seus preços majorados de maneira proibitiva:
Preços ao produtor (IPA/FGV)
- Arroz 118,9%
- Óleo de soja 108,6%
- Carne bovina 64,5%
- Leite 52,6%
- Aves 33,7%
Preços ao consumidor (IPC/FGV)
- Arroz 62,1%
- Óleo de soja 99,1%
- Carne bovina 33,6%
- Leite 23,8%
- Aves 12,6%
Segundo o IPA (Índice de Preços no Atacado da FGV), o arroz subiu 120% no atacado e 62% no varejo nos últimos 12 meses, porém essa “gordura” ainda não foi repassada integralmente aos consumidores, o que pode provocar novos aumentos no alimento.
A previsão é que a inflação continue a subir até maio de 2021, segundo o IBGE. Hoje oficialmente fixada em 4,7%, provavelmente estará em 6%, enquanto os alimento, numa média geral, acumula aumento no ano de 25% no IPC (Índice de Preços ao Consumidor da FGV).
O campeão de repasse aos consumidores é o óleo de soja, 99,1% de aumento em um ano, de acordo com a FGV.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.