Líder do PT defende auxílio emergencial de R$ 600 e denuncia ‘insensibilidade social’ do governo Bolsonaro

O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), denunciou nesta terça-feira (8) que o governo Jair Bolsonaro pratica a política econômica “mais equivocada e desastrada do mundo”, de uma “insensibilidade social” que sequer pode ser comparada à da ditadura militar no País (1964-85).

“Temos um governo que não tem a mínima responsabilidade com a vida do povo, com uma insensibilidade social jamais vista em nossa história”, afirmou. “Ouso dizer que nem na ditadura militar tivemos um governo tão insensível e irresponsável”, acrescentou, observando que o atual governo transformou o Brasil em “pária internacional”, já que perdeu o respeito no concerto das nações.

Verri defendeu a continuidade do auxílio emergencial de R$ 600,00 durante o período de pandemia de Covid-19, em vez de os R$ 300,00 atuais. Por isso, lembrou, a oposição tem obstruído as votações na Câmara, para que seja votada – e derrubada – a Medida Provisória (MP 1000/2020) que reduz o auxílio emergencial à metade. “Se País viveu a fome, a miséria e o desespero da população com o auxílio emergencial de R$ 600,00, imagine agora, com o de R$ 300,00”, ponderou Enio Verri.

Miséria
O parlamentar disse que o governo de extrema direita de Bolsonaro está levando o Brasil à miséria, ao desalento da população e a níveis recordes de desemprego. Ele advertiu que a situação social e econômica vai se agravar, com a redução pela metade do auxílio emergencial, que termina agora em dezembro. Além de ter cortado pela metade o auxílio, o governo ainda retirou milhões de pessoas da lista de beneficiários.

Durante sessão virtual da Câmara, ele frisou que em 2019 a economia cresceu só 1,1% “devido à péssima gestão” do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o quadro piorando agora, com a chegada da pandemia de Covid-19 e a incompetência do governo. “É uma política econômica de desprezo à população brasileira, e que pode ter como marca o lucro dos bancos”.

Inflação
Enio Verri assinalou que a população mais pobre teve reduzido em 50% o valor do auxílio emergencial e ainda enfrenta a uma inflação altíssima por conta do aumento dos preços dos alimentos, a qual impacta sobretudo a faixa salarial de até três salários mínimos.

Economia

O líder do PT ironizou a propaganda do governo de que a economia está se recuperando. “Ela não cresceu nada! Se você tem 1 real e acresce mais 1 real, isso aponta um crescimento de 100%, mas você continua passando fome”, disse.

Amigos do Paulo Guedes
Verri sublinhou que a política econômica do atual governo favorece apenas “os bancos e os amigos de Paulo Guedes”, com medidas elitistas e voltadas para o setor financeiro. Ele observou, por exemplo, que o governo podia emitir moeda, mas optou por operações com títulos, para favorecer o sistema financeiro, que em plena crise continua com lucros bilionários.

Para o líder petista, qualquer governo deve se preocupar primordialmente “com a vida das pessoas, para a construção de uma nação onde todos tenham direitos e a justiça social atinja a todos, onde as pessoas possam sonhar com o futuro e ter a certeza de que seus filhos terão uma vida mais digna e mais justa”. Mas essas diretrizes são o oposto do que pratica o atual governo, disse.

Avanços com o PT
Na opinião de Verri, não se trata de direita e de esquerda, mas de “sensibilidade social”, a “defesa da vida, o respeito ao próximo, à Constituição, ao fortalecimento da República”. Ele lembrou que nos 13 anos em que o PT governou o Brasil, de 2003 até o golpe político, midiático e judicial de 2016, 40 milhões de pessoas saíram da pobreza.

“Nós eliminamos a nossa dívida externa. Fizemos com que as empresas ganhassem mais, gerassem mais empregos, e que principalmente a economia circulasse a favor de todos, ao contrário daqueles que defendem o Governo Bolsonaro”, disse.

Com todas as trapalhadas e posições ideológicas, o governo Bolsonaro tem criado atritos com o principal parceiro comercial do Brasil, a China. Verri advertiu que, se o Brasil perder a relação comercial com a China, “os primeiros que apoiaram o Bolsonaro – os membros do agronegócio – serão os primeiros a perder”. Ele provocou esse segmento bolsonarista da economia: “E como eles estão? Com medo, mas calados, porque não têm coragem de denunciar este Governo que está destruindo o País.”

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