93 milhões de brasileiros ficaram inativos ou desempregados em 2020, aponta estudo da Fipe

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma aquilo que o Blog do Esmael vem reverberando praticamente sozinho, nos últimos meses, sobre a qualidade de desocupados no Brasil: metade da população economicamente ativa (PEA).

Para o IBGE, são cerca de 93 milhões de brasileiros, ou 53% da população em idade de trabalhar, que ficaram inativos ou desempregados durante o 2020. No entanto, o Blog do Esmael vinha trabalhando com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT): cerca de 80 milhões de desocupados, portanto números mais conservadores.

Mesmo que adotemos as métricas do IBGE ou da OIT, o Brasil permanece com o triste título de nação do desemprego.

As pesquisas dos dois órgãos apontam que, somado a esse contingente os brasileiros desempregados (aqueles em busca de trabalho, segundo o critério do IBGE), a quantidade de pessoas sem ocupação chegou a 53,2%, um recorde, portanto. É como se toda as populações do Reino Unido (66,4 milhões) e da Austrália (25,6 milhões) estivessem desocupadas permanentemente.

Até a Folha de S. Paulo se assustou com os números do IBGE.

O jornalão paulistano anotou que, pela primeira vez, o número de brasileiros inativos, ou seja, sem emprego e sem buscar algum, ultrapassou a marca de 40%. O maior índice foi nos trimestres encerrados em julho e agosto, quando o indicador chegou a 45,3% —a média histórica é de 38,9%.

Economia

A compilação dos dados do desemprego no Brasil foi realizada pelo professor sênior da FEA/USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn.