Eleições 2020: PT alerta para ‘fábrica de fake news’ na reta final da campanha

O Partido dos Trabalhadores (PT) monitora com atenção o movimento nas redes sociais nos últimos meses impulsionado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Segundo uma análise do partido, os temas favoritos da fábrica de mentiras nos meses de setembro e outubro foram sobre Amazônia, eleições, preços do feijão e do arroz, FIES, ataques a Lula e a ex-presidenta Dilma, velhas mentiras contra Dona Marisa e fake news sobre o legado do PT, principalmente veiculadas nas regiões Norte e Nordeste.

O PT verificou dados coletados ao longo de 60 dias no Google Trends, no Twitter e em nove iniciativas de checagem: E-Farsas, Boatos.org, Lupa, Aos Fatos, Folha Informações, Estadão Verifica, AFP Checamos, UOL Confere, G1 Fato ou Fake. Além disso, 429 denúncias recebidas na nossa central também foram analisadas, informa a legenda.

“Notícias falsas recorrentes com acusações mentirosas a Lula ou sobre Dona Marisa ter sido vendedora de cosméticos seguem aparecendo no período. Mas são assuntos quentes do noticiário que fazem determinados temas crescerem. Às vésperas das Eleições, mais do que ataques pessoais a candidatos, fake news buscam descredibilizar processo eleitoral e fomentam ideias mentirosas que buscam relacionar esquerda e PT a questões como fraudes, pedofilia e narcotráfico”, diz o site do PT.

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Confira os temas da indústria de fake news impulsionados pelo bolsonarismo segundo o levantamento do PT:

Amazônia

Dados do Google mostram que as pessoas pesquisaram mais sobre o assunto “queimadas na Amazônia” nas duas últimas semanas de setembro que em qualquer outro período do ano. Este foi o segundo pior setembro de queimadas na Amazônia da década. Pois foi aí que a fábrica de mentiras viu oportunidade para espalhar desinformação sobre o assunto e desviar o foco do desgoverno para Lula, Dilma e o PT.

Analisando dados do monitoramento da Verdade na Rede sobre Google, Twitter, agências de checagem e nossa central de denúncias, percebe-se que a desinformação sobre o tema cresce justamente a partir de 14 de setembro, durando pelo menos até 19 de outubro. Entre as mentiras espalhadas estão: Lula vendeu a Amazônia e Bolsonaro não vai entregar; Lula vendeu terras para empresa canadense explorar minério; filho de Sarney vendeu terras da Amazônia no governo Dilma; e Lula vendeu solo da Amazônia para Noruega. Nada disso é verdade, como mostramos aqui.

Eleições e urnas eletrônicas

Movimento parecido aconteceu com as mentiras sobre urnas eletrônicas. Uma enxurrada de desinformação sobre o tema apareceu desde a última semana de setembro, quando as Eleições começaram para valer, com o registro das candidaturas e o início da propaganda eleitoral. Desmentimos aqui alguns desses absurdos. É bom lembrar que no início do ano o próprio Bolsonaro colocou em dúvida as urnas eletrônicas brasileiras, mas em 24 anos jamais se comprovou uma fraude nas urnas eletrônicas. Mais que isso, ao longo das Eleições de 2018, Bolsonaro questionou a lisura do processo eleitoral, desestabilizando a democracia. Às vésperas do segundo turno, o TSE ordenou a retirada do ar de vídeo em que Bolsonaro falava da possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas.

Preços dos alimentos

Entre 10 de setembro e 2 de outubro – período em que o assunto “preço do arroz” mais foi pesquisado por brasileiros na história do Google – foi a vez das fake news sobre o preço dos alimentos. Mentiras sem pé nem cabeça tentaram relacionar a alta do arroz com a defesa de terras indígenas no governo Lula ou o preço do feijão a doações de Dilma para Cuba.

Mentiras que voltam

Já nos últimos dez dias de outubro, foi possível perceber um movimento de mentiras que atacam o legado do PT no Nordeste. Essa onda de desinformação já havia ocorrido com força em julho e volta a preocupar agora. Faltando poucos dias para as eleições municipais.

Outro crescimento significativo foi o de falsas acusações contra Dilma de ter matado um soldado ou assaltado bancos. Essas fake news voltaram com força entre a terceira semana de setembro e a segunda semana de outubro.

Analisando os dados, é possível ver como age a fábrica de mentiras. Em uma frente, espalha mentiras constantes, como aquelas que buscam associar esquerda a pedofilia, fraudes e narcotráfico, por exemplo. Elas encontram força na teoria da conspiração QAnon, rede de mentiras espalhada pelo mundo que abordamos aqui na Verdade na Rede. Assim, buscam criar falsas ideias, que, de tanto repetidas, se consolidam no imaginário das pessoas. Em outra frente, que se alimenta dessas ideias falsas previamente concebidas, surfa nos temas do momento para tirar o foco de erros e maldades de Bolsonaro ou para buscar ligações sem pé nem cabeça com o PT.

O partido convoca a militância para denunciar os ataques e as redes de mentiras organizadas por grupos de extrema-direita vinculados ao governo de Bolsonaro.

*Com informações da Agência PT de Notícias