Bolsonaro arrega e não declina países que importam madeiras ilegais do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro arregou, recuou, da ameaça de divulgar uma lista de países que criticam o desmatamento da floresta, mas importam madeira ilegal do Brasil.

Na live presidencial dessa quinta-feira (19), Bolsonaro não declinou o nome de países que importam madeiras ilegais do Brasil.

A ameaça de Bolsonaro foi realizada na reunião dos Brics, na terça-feira (17), com os presidentes da Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa, através da imensidão que é a região amazônica, porque daí, sim, estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão”, ameaçou na reunião do Brics.

Porém, na live de ontem, o presidente Jair Bolsonaro afrouxou total, arregou, recuou, voltou atrás. Ele não citou países e nem nomes, falou em empresas estrangeiras. Ficou só na ameaça.

“A gente não vai acusar nenhum país aqui de cometer nenhum crime por ser conivente com crime. Mas empresas que poderiam estar nos ajudando a combater esse ilícito – que interessa para nós qualquer ajuda nesse sentido. A que for legal, passa. A que não for, não passará mais. Mas, mesmo assim, nós temos aqui os nomes das empresas que importam isso, e a que país ela pertence. A gente não acusar um país A, B ou C de estar cometendo um crime, mas empresas desse país, sim. Porque países, outros nos criticam – em algumas oportunidades, até com razão, mas em outras, não. E quando nós conseguimos chegar a um bom termo nessa questão, vai diminuir drasticamente o desmatamento no Brasil. É o que nós queremos”.

Economia

Apesar de jogar na defensiva e não declinar explicitamente nomes de países, Bolsonaro foi perguntado especificamente sobre a França de Emmanuel Macron.

“Eu vi aqui que tem vários países – a quantidade que são importadas anualmente. Então, se você pegar aqui tem até a França. E a França é um concorrente nosso em commodities. Para a gente avançar em um acordo da União Europeia com o Mercosul é exatamente na França. Nós estamos fazendo o possível, mas a França, em defesa própria, ela nos atrapalha no tocante a isso daí”.

O Ibama flexibilizou as regras de controle e inspeção para a exportação, a pedido de madeireiros, em fevereiro deste ano. Essa flexibilização extinguiu um mecanismo que permitia que essa fiscalização fosse feita ainda em solo brasileiro: a existência de um documento que certificava a madeira antes dela ser exportada.

Na live, Bolsonaro prometeu que a Marinha ajudará o trabalho da Polícia Federal e trabalhará para fazer barreiras ao envio de cargas clandestinas por via marítima.