Bolívia: Grupos de direita promovem bloqueios de estrada e pedem intervenção militar

A extrema-direita na Bolívia, após alguns dias hibernando com a acachapante derrota eleitoral para o Movimento Ao Socialismo (MAS), passou a convocar abertamente um novo golpe de estado no país.

O autoproclamado Comitê Cívico de Santa Cruz promove bloqueios de estradas, invasões de prédios públicos e manifestações agressivas em diversas cidades do país, exigindo a anulação das eleições de 18 de outubro.

Os atos ilegais da extrema-direita estão sendo convocados às vésperas da tomada de posse do presidente eleito Luís Arce, programado para este domingo (8).

Grupos radicalizados de direita, que reúnem milicianos, racistas e integrantes de forças policiais, prometem tumultuar a posse do novo presidente da República Plurinalcional da Bolívia. Eles prometem marchar até a capital, La Paz, para impedir a posse e apelam para uma intervenção das Forças Armadas e da Polícia.

Por sua vez, a Central Operária Boliviana (COB) convoca os trabalhadores para uma marcha no domingo em defesa da posse de Arce.

Na noite de quinta-feira (5), Luis Arce foi alvo de um atentado na sede do comitê eleitoral do MAS.

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O cenário de tensão política é provocado pela extrema-direita da chamada região da “Meia Lua”, impulsionada a partir de Santa Cruz de La Sierra, que tem como liderança o candidato presidencial derrotado Luís Fernando Camacho, conhecido como o “Bolsonaro boliviano”.

os principais grupos de extrema-direita que convocam as manifestações são o Comitê Cívico de Santa Cruz, a União Juvenil Cruceñista (UJC) e os milicianos da Resistência Juvenil Kochala (RJK).

A cúpula da Igreja Católica difundiu nesta semana uma declaração afirmando respeitar os resultados eleitorais. Diversos membros do alto clero católico operam em sintonia com as forças golpistas da extrema-direita.