Ataque terrorista em Viena: Atirador de origem albanesa era fichado nos serviços de inteligência

O atirador morto pela polícia no ataque terrorista ocorrido na noite de segunda-feira (2) em Viena, na Áustria, era fichado nos serviços de inteligência do país. Segundo o redator-chefe do jornal Falter, ele tinha 20 anos e era de origem albanesa. Seu nome ainda não divulgado, mas ele estava em uma lista de 90 extremistas austríacos que tinham a intenção de viajar para a Síria. O atirador era simpatizante do grupo Estado Islâmico, segundo o ministro do Interior, Karl Nehammer.

Viena amanheceu nesta terça-feira (3) blindada por policiais e militares. O número de vítimas do ataque subiu para quatro pessoas, dois homens e duas mulheres. Quatorze pessoas permanecem hospitalizadas – seis em estado grave.

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Homens armados com fuzis atacaram pedestres no centro da cidade pouco depois das 20h (16h de Brasília), nas proximidades da sinagoga Stadttempel, que já estava fechada. O primeiro-ministro austríaco, Sébastien Kurz, diz não haver a menor dúvida de que se trata de um “repulsivo ataque terrorista”.

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Pelo menos um ou dois atiradores estão foragidos, de acordo com o Ministério do Interior, mas a polícia não sabe exatamente quantas pessoas estão envolvidas nos disparos. Houve seis tiroteios em diferentes pontos da cidade.

Até o momento, os ataques não foram reivindicados. Câmeras registraram os primeiros disparos nas proximidades da sinagoga, que atingiram também prédios de escritórios das imediações, no coração de Viena, horas antes da entrada em vigor do lockdown decretado para frear a pandemia de Covid-19 no país.

O presidente da comunidade judaica de Viena, Oskar Deutsch, diz que não se sabe se a sinagoga era alvo dos atiradores.

“Nossa República vive horas difíceis”, escreveu Kurz no Twitter. “Nossa polícia age de forma contundente contra os autores deste repulsivo ato terrorista”, explicou. “Não nos deixaremos intimidar jamais pelo terrorismo e combateremos estes ataques por todos os meios”, acrescentou.

O chanceler assegurou que enquanto a polícia se concentra na operação antiterrorista, o exército protegerá edifícios importantes de Viena. As escolas da cidade permanercerão abertas nesta terça, mas a presença não será obrigatória se os pais preferirem que os filhos fiquem em casa, disse o prefeito da capital, Michael Ludwig.

“Ato covarde”
Uma testemunha disse à TV pública ORF que os disparos “pareciam fogos de artifício, mas percebemos que eram tiros”. A polícia rapidamente isolou o bairro. Os clientes de bares e restaurantes permaneceram confinados em seu interior até a madrugada. Espectadores que assistiam a um espetáculo na Ópera de Viena foram escoltados pelas forças de segurança para deixar o edifício.

A Áustria não havia sofrido até agora com nenhum ataque, como os que abalaram outros países da Europa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, tuitou: “nós, os franceses, compartilhamos a comoção e a dor do povo austríaco”.

“Depois da França, um país amigo é atacado. É a nossa Europa”, acrescentou Macron, em alusão ao atentado a faca de quinta-feira no qual três pessoas – entre elas uma brasileira – perderam a vida em Nice (sul) e à decapitação de um professor dias antes, por um jihadista perto de Paris.

A União Europeia condenou “com força” o “ataque terrível”, segundo um tuíte do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

“A Europa condena com força este ato covarde que viola a vida e nossos valores humanos. Meus pensamentos estão com as vítimas e os moradores de Viena, após o ataque terrível desta noite. Estamos ao lado da Áustria”, escreveu Michel, que representa os 27 membros da UE.

O chefe da diplomacia europeia, Josp Borrel, se disse “chocado” no Twitter com estes ataques. É “um ato de covardia, violência e ódio”.

“Em todas as partes do nosso continente, estamos unidos contra a violência e o ódio”, destacou pelo Twitter o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli.

“Não devemos ceder ao ódio, que busca dividir nossas sociedades”, reagiu o ministério alemão das Relações Exteriores após os ataques.

Por RFI, com informações da AFP