O democrata Joe Biden disparou nas intenções de voto e começa deixar o republicano Donald Trump comendo poeira. A campanha americana ganha dramaticidade porque ela ocorrerá daqui um mês e o atual presidente, que concorre à reeleição, está hospitalizado.
A pesquisa do NBC/Wall Street Journal afirma que Biden tem 53% das intenções de voto, contra 39% de Trump. Nessa sondagem, a vantagem do candidato democrata é de 14 pontos.
De acordo com jornais dos Estados Unidos e do Reino Unido, os conselheiros de Trump lutam para encontrar uma estratégia para as semanas finais, dizendo ‘é importante que nossa campanha prossiga vigorosamente’ e recupere os pontos perdidos. A eleição será no dia 3 de novembro.
O fato de Trump desconsiderar os alertas e desprezar o uso da máscara, além de realizar aglomerações, começaram pesar nas sondagens. Os eleitores americanos consideram o presidente culpado e omisso pelo avanço da doença no País –sem falar na questão econômica, que sofreu abalos fantásticos.
Portanto, o retorno da campanha de Trump deverá ser bastante engessada e enfrentará um dilema: se sair às ruas pedindo votos, poderá perdê-los; se ficar no comitê esperando que eles apareçam, eles poderão não aparecer.
“Ele vai ter uma agenda cheia de agressividade, assim como a primeira família, Don, Eric, Ivanka. Temos vários dos nossos apoiadores, nossa coalizão, Vozes Negras para Trump, Latinos para Trump, toda a operação Maga estará implantando em todos os lugares”, diz um conselheiro de campanha de Trump.
“Não podemos nos esconder desse vírus para sempre, temos que enfrentá-lo de frente [e] assim que pudermos voltar pessoalmente, faremos isso”, acrescentou.
A pesquisa da NBC mostrando Biden ampliando sua vantagem sobre Trump foi realizada imediatamente após o tumultuoso primeiro debate presidencial da última terça-feira (29/09) em Cleveland, no qual um presidente argumentativo constantemente interrompia tanto seu rival quanto o moderador Chris Wallace.
Enquanto isso, a campanha de Biden desde a hospitalização de Trump na noite de sexta-feira (2) tem sido discreta, quando a campanha do democrata anunciou que estava suspendendo as mensagens negativas que atacavam o presidente enquanto ele convalescia.
Apesar da interrupção antecipada da atividade de campanha no domingo, a equipe de Biden disse que não tem planos de reduzir os eventos, contanto que o candidato e aqueles ao seu redor continuem com teste negativo para Covid-19.
“Joe Biden estará nesse debate”, disse o conselheiro sênior de campanha Symone Sanders sobre o segundo debate presidencial agendado para 15 de outubro em Miami. “Esperamos que o presidente Trump possa participar.”
Alguns analistas políticos acreditam que a internação de Trump no hospital será ainda mais prejudicial em sua campanha, após os danos causados por um fraco desempenho no debate.
“Tive conversas com republicanos que trabalham em estados indecisos em todo o país e eles estão alarmados”, disse Steve Hayes, fundador e executivo-chefe do Dispatch, à Fox News no domingo.
“Não está afetando apenas o presidente Trump. As pessoas olham para o desempenho do debate de forma negativa, mas isso também está começando a afetar o voto dos republicanos. Se essa trajetória atual continuar até o dia 3 de novembro, estaremos falando sobre muito mais senadores republicanos em risco do que estamos falando agora.”
Biden 51% x 41% Trump, diz pesquisa Reuters/Ipsos
Pesquisa da Reuters/Ipsos divulgada neste domingo (4) aponta ampliação da vantagem do candidato democrata Joe Biden na corrida presidencial americana.
Segundo o levantamento, Biden tem 51% das intenções de voto ante 41% do atual presidente Donald Trump.
O levantamento Reuters/Iposos afirma que 4% dos eleitores estão propensos a escolher um terceiro candidato, e 4% estão indecisos.
A pesquisa foi realizada por mais de mil pessoas pela internet durante os dias 2 e 3 de outubro.
A eleição nos Estados Unidos será no dia 3 de novembro.
Maioria culpa Trump pela própria infecção
Enquanto Trump segue internado num hospital militar de Washington, a maioria dos americanos diz que ele poderia ter evitado infecção por coronavírus.
De acordo com a sondagem da Reuters/Ipsos, 65% dos americanos afirmam que o presidente dos EUA poderia ter evitado a Covid-19 se ele tivesse levado a sério o risco de infecção.
A pesquisa ainda fulmina Donald Trump ao dizer que 34% disseram que Trump tem dito a verdade sobre o coronavírus, 55% dizem que o presidente não foi honesto e 11% não têm certeza.
Nos EUA, quem fizer comício presencial perde voto
Os americanos não apoiam os atos políticos presenciais: 67% são contra comícios e 59% dizem acreditar que os debates devem ser adiados até a recuperação de Trump.
O próximo encontro entre Joe Biden, o candidato do Partido Democrata, e Trump, que concorre pelo Partido Republicano, estava marcado para o dia 15 de outubro.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.