TV Globo estuda “relaxar” censura a Lula no Jornal Nacional

A TV Globo estuda o melhor momento para inserir novamente o ex-presidente Lula no rol de entrevistados do Jornal Nacional.

A emissora dos Marinho manteve o petista na grade negativa do telejornal nos últimos seis anos, período que existiu a Lava Jato.

A Globo fez do combate à corrupção sinônimo de combate à Lula, que, segundo a defesa do ex-presidente, amparou o lawfare (direito como arma de guerra) do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da República de Curitiba.

Lula costuma afirmar, sem exagero algum, que nos últimos quatro anos foi citado negativamente mais de 100 horas no Jornal Nacional.

No mês de junho de 2020, a TV Globo mandou os editores do Jornal Nacional sondar Lula para uma entrevista. No entanto, o ex-presidente se recusou a falar com William Bonner –editor-chefe e apresentador do telejornal mais assistido no País.

Em resposta ao pedido da Globo, na época, Lula disse que “Enquanto não for reconhecido e corrigido o tratamento editorial difamatório das Organizações Globo não será possível acolher um pedido de entrevista como parte de uma normalidade que não existe, pelos parâmetros do jornalismo e da democracia.”

Economia

Pois bem, a Globo resolveu lutar outra vez pela entrevista com Lula.

Primeiro, é importante o leitor entender o contexto dessa “amolecida” da emissora carioca:

  1. Houve o fim da força-tarefa Lava Jato, que tinha como premissa o vazamento exclusivo de informações para a Globo;
  2. O STF está prestes a julgar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e, consequentemente, anular a sentença do tríplex;
  3. A desgraça do ex-juiz pode fazer a felicidade do ex-presidente e, nesse cenário, a Globo farejou a possibilidade de um confronto Lula vs Bolsonaro nas eleições de 2022.

É importantíssimo que tenhamos em mente que a TV Globo continua bolsonarista, apesar de algumas discordâncias na agenda “moral”, isto é, nas discussões sobre costume e tal.

A Globo tem interesse econômico indissociável do governo.

As Organizações Globo é a dona das maquinhas “Ton” e sua existência depende de regulamentação governamental (Banco Central, Paulo Guedes), por isso os Marinho e os jornalões defendem a retirada de direitos dos trabalhadores como fim da aposentadoria, redução de salários, precarização e informalização da mão de obra.

Lembre-se, caro leitor: Globo, Folha, Veja, et caterva, hoje, são operadores do mercado financeiro; essas empresas abandonaram o jornalismo [há muito] para fazer especulação; elas faturam alto com as maquininhas de pagamentos eletrônicos –e o desemprego e a informalidade são o que impulsionam o bilionário negócio deles.

A dica de ouro para o ex-presidente Lula: não dê entrevista à Globo, que é um banco; prestigie a mídia independente. O Blog do Esmael continua de portas abertas à luta contra a ditadura da opinião única e pelo acesso à informação.