O Twitter registrou incríveis 98,5% de reações contrárias à proposta do presidente Jair Bolsonaro de privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS). Esse massacre na rede social explica o súbito recuo do presidente, que, por meio de nota, anunciou a revogação do decreto autorizando estudos de concessão do serviço de saúde à iniciativa privada.
Bolsonaro enfrentou nesta quarta-feira (28) a pior crise de imagem desde o início do governo, em janeiro de 2019, com a repercussão negativa de hoje no Twitter.
A consultoria Arquimedes indica que 98,5% das menções feitas no Twitter, sobre a privatização do SUS, foram desfavoráveis ao decreto que o presidente Jair Bolsonaro.
Até às 16h30 desta quarta, numa base de 150 mil menções analisadas, 98,5% mensagens eram negativas em relação à proposta de privatização e apenas 1,5% das publicações mostravam-se favoráveis à concessão do SUS para a iniciativa privada.
De acordo com a Arquimedes, a hashtag #DefendaOSUS permaneceu durante todo o dia no topo dos assuntos mais comentados no Twitter.
A reação negativa à privatização do SUS foi superior às reações acerca da falha nas correções das provas do ENEM, em janeiro deste ano, quando 90% das menções no Twitter eram contrárias ao governo federal.
O cantor e compositor Emicida, segundo o estudo, teve 100 mil retuítes da sua mensagem “O SUS salva vidas. Ele não”.
Entre o 1,5% favorável à privatização do SUS, a consultoria Arquimedes identificou os seguintes “influenciadores” digitais: Gazeta do Povo (Curitiba), InfoMoney (Banco Itaú), Terça Livre (Allan Santos) e movimento liberal Livres. [Que Deus os tenha todos!]
Como ele é guiado pelos algoritmos das redes sociais, Jair Bolsonaro afrouxou geral após o massacre de 98,5%.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.