Requião jura que não é petista, mas participará do lançamento do programa do PT

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) tem repetido como um mantra que não é petista e por isso, destaca ele, tem as credenciais necessárias para criticar o PT.

Apesar de reiteradas vezes jurar de pés juntos que não é petista, o velho emedebista irá participar nesta segunda-feira (21), às 10 horas, do lançamento do Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil. O evento é do PT nacional.

Nos últimos dias, Requião fez vários “apartes virtuais” aos discursos de Lula e do PT. Foram intervenções que discutiam a crise econômica e o desgoverno de Jair Bolsonaro, bem como a prevalência da “República dos Bancos” em Brasília.

Requião só anda com petistas, mas jura que não é. Será que ele é, ou não?

O Blog do Esmael vai transmitir do lançamento ao vivo para o Brasil e o mundo, nesta segunda-feira, a partir das 10h.

Além de Requião, que é “ampliação” do PT, a atividade ainda vai contar com as pratas da casa, quais sejam, o ex-presidentes Lula e Dilma, Fernando Haddad e a presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann.

Economia

“Vamos salvar vidas, gerar empregos e renda, desenvolver a economia nacional, radicalizar a democracia hoje ameaçada, promover a soberania e construir um novo país”, propõe Gleisi, que é deputada federal pelo Paraná.

O Plano de Reconstrução parte de um diagnóstico sobre a profundidade da crise brasileira, aprofundada pela pandemia do coronavírus e pela condução irresponsável do governo Bolsonaro na resposta ao Covid-19, que estão comprometendo o futuro do país e dificultando uma saída rápida da crise.

As propostas na economia colocam a alta do desemprego e o aumento da desigualdade como um dos principais focos e preveem um papel para o Estado no desenvolvimento econômico com Justiça Social.

O programa prevê medidas emergenciais e de longo prazo e tratam também de apresentar políticas públicas protetivas e inclusivas, de combate ao racismo estrutural, e de opressão e violência contra a mulher, além de tratar de homofobia, e violência contra os indígenas e os quilombolas.

Acompanhe ao vivo a partir das 10h desta segunda-feira, dia 21 de setembro:

Presidente Bolsonaro abandona Joice Hasselmann e abraça Russomanno em SP; assista

O presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo na manhã deste sábado (19) abraçando a candidatura de Celso Russomanno (Republicanos) à Prefeitura de São Paulo e dando o “beijo da morte” na sua ex-líder no Congresso Nacional.

Bolsonaro foi jeitoso, no entanto. Ele não pediu voto diretamente para o aliado, mas promoveu Russomanno em suas redes sociais presidenciais.

O presidente subiu no palanque de Russomanno publicando o vídeo do candidato e anotando os seguintes tópicos:

– Peço sua atenção por 17 minutos.
– O Ministro da Justiça foi atrás de informações sobre o preço do arroz. Nunca sequer pensamos em tabelar algo. Isso nunca deu certo.
– Uma aula de humildade e conhecimento. Bom dia a todos.

Se Bolsonaro vai de Russomanno em São Paulo, por óbvio, o presidente abandonou de vez a possibilidade da candidatura de Joice Hasselmann (PSL-SP). A ex-líder do governo no Congresso, até a semana passada, sonhava com o apoio do capitão nestas eleições de 2020.

Para apoiar Russomanno e afastar Joice, os Bolsonaro foram “inteligentes” e utilizaram como “bode expiatório” o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL).

O tom professoral de Russomanno é modorrento e, diferente de que ele imagina, passa a impressão de arrogância. São 17 minutos de “tortura”. Porém, atingiu o objetivo: colar em Bolsonaro.

Entretanto, definitivamente, Jair Bolsonaro entrou oficialmente na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Como maior eleitor do País, ele tem a obrigação de vencer o pleito de novembro próximo.

Assista ao vídeo compartilhado pelo presidente Bolsonaro:

Petrobras: setenta anos de sucessos no lixo

O petroleiro e administrador aposentado Pedro Augusto Pinho, em artigo especial, afirma que o legado do presidente Getúlio Vargas, a Petrobras, foi jogado no lixo após 70 anos de sucesso.

“Não seria correto atribuir o feito do título unicamente ao Governo Bolsonaro. Há importante contribuição ativa do Fernando Henrique Cardoso e passiva de ambos os governos petistas”, esclarece já no início o articulista.

De acordo com Pedro Augusto Pinho, a China vem comprando os mais valiosos campos de petróleo do Brasil.

“E como Bolsonaro irá se explicar nos EUA, com os árabes e chineses tomando conta do Brasil?”, questiona o petroleiro aposentado, em tom de ironia, buscando suavizar a tragédia neoliberal.

Leia a íntegra do artigo:

Petrobras: setenta anos de sucessos no lixo

Pedro Augusto Pinho*

Não seria correto atribuir o feito do título unicamente ao Governo Bolsonaro. Há importante contribuição ativa do Fernando Henrique Cardoso e passiva de ambos os governos petistas. E nunca esquecer o interesse do sistema financeiro internacional que usou o petróleo para as crises que transformaram o mundo industrial no mundo da especulação monetária, nos anos 1970.

O Brasil sofreu um grande revés com o fim do monopólio do petróleo, muito mais do que a Petrobrás. Esta empresa foi atingida pelas administrações mais hostis no tempo de Fernando Henrique Cardoso e, também, pela Presidência incompetente ou displicente no Governo Lula e antagônica no período Dilma.

Deste modo a operação Lava Jato, urdida e instruída nos EUA para demolir a Petrobrás e a engenharia brasileira, encontrou terreno fértil. A Petrobrás, em nenhum momento, se dirigiu à imprensa, ao povo para se defender com a verdade: que ela nunca esteve falida, que ela sempre teve recursos mais do que suficientes para saldar seus empréstimos, que os valores apropriados indevidamente por diretores e gerentes desonestos, merecedores de punições, eram ridículos em comparação à movimentação financeira da empresa, e que era a única empresa que desenvolvera tecnologia para operar em águas oceânicas ultra profundas e atravessando a camada de sal.

Hoje sob a presidência de Roberto Castello Branco, a Petrobrás esta sendo esquartejada, vendida aos pedaços, desestruturando o modelo de produção de toda empresa internacional de petróleo: do poço ao posto. O resultado já se observa na Bolsa de Valores, onde a Petrobrás deixou de ser a de maior valor, mais desejada pelos investidores (não especuladores) e já começa a ter inédito prejuízo. Justamente quando tornou o Brasil autossuficiente em petróleo e derivados.

Também as empresas de petróleo passam um momento difícil no mundo da governança neoliberal. Deixaram de investir. A empresa de petróleo é como produtora agrícola, precisa estar sempre plantando e melhorando o solo, senão cai e piora a produção. Mas os investimentos reduzem os dividendos que os gestores neoliberais não aceitam.

A ExxonMobil é um excelente exemplo, foi a maior empresa dos EUA e do mundo. Era das sete irmãs que dominavam o petróleo: Shell, BP, Exxon, Mobil, Texaco, Chevron e Gulf. Hoje reduzidas a quatro: Shell, BP, ExxonMobil e Texaco, e muito menos poderosas.

Se considerarmos a receita, as duas maiores são chinesas: China National Petróleo (CNPC) e Sinopec, depois aparecem a Shell (Holanda), a ExxonMobil (EUA) e a BP (Reino Unido), nesta ordem.

Considerando a produção e rentabilidade, teremos a Saudi Aramco, da Arábia Saudita, a Rosneft, da Rússia, a KPC, do Kuwait, a NIOC, do Irã, a CNPC e a ExxonMobil.

Que mágica doida foi esta que colocou as grandes empresas privadas, com um produto indispensável para a sociedade contemporânea, em queda, precisando vender ativos para garantir os dividendos que tranquilizem os acionistas?

Primeiro porque ser privada não é garantia de eficiência, nem mesmo de rendimento. Depois porque a filosofia neoliberal não tem lugar fora das finanças. Relembrem que o primeiro objetivo da banca – o capital financeiro internacional – é transformar todo ganho em receita financeira, incluídos aí o lucro industrial e o lucro comercial, os alugueis, os salários, os tributos ……

Depois, contrariando o discurso neoliberal, não há mais competitividade. Há a concentração permanente de renda onde os mais poderosos assimilam os menos poderosos ou mais éticos. Porque não há ética, nenhuma consideração, nenhum “valor”, tão maximizado pela ministra Damares, nas operações da banca. A começar que seus capitais estão ocultos em empresas sediadas em paraísos fiscais, ficam verdadeiramente ocultos.

Quem, ao que dizem os jornais, comprou a septuagenária RLAM, a refinaria Landulfo Alves, da Petrobrás, em Mataripe, na Bahia? Capitais árabes. Nenhum nome. Talvez tenha nova denominação: RISLAM.

A China vem comprando os mais valiosos campos de petróleo. Não é por acaso que esta estatal foi a de maior receita em 2016. Assim, poderemos um dia acordar com a Petrochim, onde até então havia a Petrobrás. O sonho confessado por Paulo Guedes e Roberto Castello Branco.

E como Bolsonaro irá se explicar nos EUA, com os árabes e chineses tomando conta do Brasil?

O neoliberalismo explica: nele tudo é farsa, tudo são engodo e corrupção. Só interessa a transformação de haveres físico em financeiros, e isso para toda e qualquer atividade. E assim uma empresa vitoriosa na tecnologia, nos resultados financeiros, nas operações e na missão que o Brasil lhe confiou, vai para a lata do lixo.

Aonde irá o nosso País?

*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado. Petroleiro aposentado, bacharel em Direito e Administração. Formado em Altos Estudos da Escola Superior de Guerra (ESG), instituição da qual se tornou professor.