Papa Francisco vai lançar nova encíclica social em outubro

O papa Francisco vai lançar no próximo dia 3 de outubro, na cidade italiana de Assis, uma nova encíclica chamada de “Fratelli tutti” (“Todos irmãos”), inspirada na vivência e na observação do líder da Igreja Católica durante a pandemia de Covid-19, que vitimou milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente os mais pobres.

Segundo o diretor de imprensa da Basílica de São Francisco, padre Enzo Fortunato, o lançamento ocorrerá após a missa realizada no santuário.

“Às 15h [10h no horário de Brasília], o Papa celebrará a santa missa no túmulo de São Francisco e ao fim assinará a encíclica. A visita será realizada de maneira privada, sem a participação dos fiéis”, acrescentou Fortunato.

A restrição do público é, justamente, para evitar o risco de disseminação da Covid-19.

“Também esse gesto do papa Francisco nos dá coragem e força para recomeçar. Mais uma vez, mesmo que de maneira privada, ele estará em Assis no túmulo de São Francisco para dar uma mensagem ao mundo que vê no santo de Assis inspiração e conforto. É a mensagem da fraternidade”, ressaltou o bispo da diocese local, Domenico Sorrentino.

Durante toda a pandemia, o Pontífice destacou em suas missas e discursos que a pandemia revelou não apenas a generosidade de alguns, como as graves desigualdades sociais aumentadas por ela.

Economia

Francisco cobrou por diversas vezes que o mundo precisa ser mais justo e igual já que a Covid-19 mostrou ainda mais a “pandemia de fome” que existe no planeta.

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Papa Francisco diz que ‘seria triste’ se vacina contra a Covid-19 fosse primeiro para os ricos

O papa Francisco voltou a falar nesta quarta-feira (19) sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e afirmou que “seria triste” se a vacina contra a doença, quando descoberta, fosse dada prioritariamente para os ricos.

“Seria triste se, com a vacina para a Covid-19, se desse a prioridade para os mais ricos. Seria triste se essa vacina virasse propriedade dessa ou daquela nação, se não fosse universal para todos. E que escândalo seria se toda a assistência econômica que estamos observando se concentrasse a resgatar indústrias que não contribuem com a inclusão dos excluídos, à promoção dos últimos, ao bem comum ou ao cuidado com a criação”, disse o Papa durante a audiência geral.

O Pontífice ainda destacou o avanço da Covid-19 nas populações mais vulneráveis e o aumento da desigualdade no mundo.

“A pandemia mostrou a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo. E o vírus, mesmo que não faça exceção entre as pessoas, encontrou, em seu caminho devastador, grandes desigualdades e discriminações. E ele as ampliou!”, ressaltou.

Para o líder católico , a resposta para resolver a pandemia deve ser “dupla”, sendo que “de um lado, é indispensável encontrar a cura para um vírus pequeno, mas tremendo, que colocou o mundo inteiro de joelhos” e “de outro, precisamos curar um outro grande vírus, o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção das populações mais frágeis”.

Até o momento, são mais de 160 vacinas em estudos contra o novo coronavírus, sendo que seis delas – e a polêmica vacina russa Sputnik V – estão na última fase de testes.

*Com informações da agência ANSA/em>