O ministro da devastação do Meio Ambiente, Ricardo Salles, respondeu a uma postagem do ator Leonardo DiCaprio desafiando-o a adotar um parque no Brasil.
A postagem original de Leo era um compartilhamento de um vídeo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. O ator compartilhou a postagem abaixo incluindo as hashtags #DefundBolsonaro #AmazonOrBolsonaro #WhichSideAreYouOn
Confira:
EMERGENCY!
The Association of Indigenous Peoples of Brazil (@apiboficial) asks all citizens, governments and companies around the world “Which side are you on: Amazon or Bolsonaro?” pic.twitter.com/ajZKQluQvr
— APIB oficial (@ApibOficial) September 2, 2020
Para começar, é um absurdo que o ministro queira “lacrar” dialogando com o ator ao invés de dialogar com a Articulação dos Povos Indígenas.
Outro absurdo é acreditar que a comunidade internacional vai acreditar nele, e vai acreditar nessa balela de privatização dos parques.
Mas, enfim, a postagem de Salles é essa (traduzindo):
“Caro @LeoDiCaprio Brasil está lançando o projeto de preservação “Adopt1Park” que permite a você ou qualquer outra empresa ou indivíduo escolher um dos 132 Parques na Amazônia e patrociná-lo diretamente a 10 euros por hectare por ano. Você vai colocar seu dinheiro onde está sua boca?”
Dear @LeoDiCaprio Brazil is launching “Adopt1Park” preservation project which allows you or any other company or individual to pick one of the 132 Parks in the Amazon and directly sponsor it at 10 Euros per hectare per year. Are you going to put your money where your mouth is? https://t.co/VMG817oUX8
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) September 10, 2020
O que o ministro quer dizer? Só pode criticar quem pagar? O Brasil virou o pária mundial do meio ambiente e da covid-19; só para citar os dois piores exemplos. É vergonha que não acaba mais.
Robôs bolsonaristas juram que está tudo bem na Floresta Amazônica
Uma possível definição (tosca) de ‘fake news’ poderia ser tudo aquilo que alguém diz, mas eu não concordo. Pois, não adianta o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostrar que a Floresta Amazônia está sendo devastada; para os bolsonaristas é tudo ‘fake news’.
Na manhã desta quinta-feira (10), os robôs subiram uma hashtag no Twitter pedindo quem “parem as ‘feke news’ sobre a Amazônia. Mas foi em inglês, para ampliar os horizontes de atuação dos robôs: #StopFakeNewsAboutAmazon.
O negacionaismo ambiental foi impulsionado, vejam só, pelo próprio ministro que deveria estar lutando contra a devastação: Ricardo Salles.
Há até um vídeo produzido pela Associação dos Criadores do Pará (ACRIPARA) plagiando a campanha mundial chamada “Defund Bolsonaro”; que em português seria algo como “Desmonetize Bolsonaro”, ou “Corte o dinheiro de Bolsonaro.
No vídeo dos pecuaristas, a Amazônia é um lugar harmonioso, pacífico e sem nenhum vestígio de devastação.
O vídeo foi compartilhado pelo ministro da destruição do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles. Confira:
Recebi este vídeo, “Amazônia não está queimando” … pic.twitter.com/l6iG0uGhhU
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) September 9, 2020
Assista aqui o vídeo original do “Defund Bolsonaro”:
Saiba mais sobre a campanha “Defund Bolsonaro”:
“Bolsonaro está queimando a Amazônia de novo; de que lado você está?”
A Articulação dos Povos Indígenas, o Observatório do Clima, a Mídia Índia e o movimento 342 Amazônia lançaram uma campanha mundial chamada “Defund Bolsonaro”; que em português seria algo como “Desmonetize Bolsonaro”, ou “Corte o dinheiro de Bolsonaro.
No vídeo, uma voz de criança pergunta: “Você está sentindo o cheiro de fumaça?”. E explica que é a Amazônia queimando. De novo! Em tom melancólico, lembra que os incêndios não são naturais, mas criados por “corporações parasitas” e pela “ganância globalizada”. E sentencia: “Bolsonaro permite isso”.
O vídeo da campanha lembra que as marcas que sustentam esse governo, estão por trás das queimadas e do desmatamento da Floresta Amazônica. E avisa: “se você acha que esses incêndios não vão queimar você, pense de novo. A Amazônia está em cada respiração sua”.
A campanha quer sensibilizar governos, empresas, investidores, cidadãos do mundo para a destruição da maior floresta do planeta Terra. É urgente ‘desapropriar Bolsonaro’, ressalta a campanha, e tornar a proteção da Amazônia uma condição obrigatória para o desenvolvimento, os negócios e os investimentos.
“O mundo precisa parar de comprar o ouro do Brasil! A madeira, a carne , o couro, grãos, o petróleo …. a menos que esses produtos sejam certificados. Essa é a única forma de garantir que o cheiro de queimado e o sangue dos povos originários não impregne os produtos consumidos tanto aqui como no exterior.”
Além de divulgar a mensagem e cartões da campanha, a campanha trabalha também por cinco medidas a serem disseminadas: a moratória do desmatamento na Amazônia; o aumento das penas para crimes ambientais e desmatamento; a retomada imediata do PPCDAm – Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal; a demarcação de terras indígenas e quilombolas e a criação, regularização e proteção de Unidades de Conservação; e a reestruturação do Ibama, ICMBio e Funai.
Essas medidas fazem parte de um documento assinado por 62 instituições, entre elas as autoras desta campanha, sobre a qual descrevo neste post, Amazon Watch, Articulação Nacional de Agroecologia, WWF Brasil, 350.org, CUT, Engajamundo, Idesam, IDS, FAS , entre outras.
Também é possível assinar a petição online e doar para a Vakinha Online permanente da Apib, que dá suporte para os povos indígenas.
“Não descansar enquanto não pararem de saquear a Amazônia e todos os biomas brasileiros. Quando falar do assunto, divulgue como hashtags #AmazonOrBolsonaro #WhichSideAreYouOn #DefundBolsonaro.”
Com informações da Rede Brasil Atual.
Visite: https://www.defundbolsonaro.org/
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.