Pela quinta vez, uma ação contra Lula foi rejeitada pelo judiciário, no caso o TRF1, de Brasília, onde o ex-juiz Sérgio Moro e a Lava Jato tentaram invadir a jurisdição de forma parcial e ilegal. O lead da notícia era essa, mas o Jornal Nacional errou. O apresentador William Bonner teve de corrigir ao vivo na edição desta terça-feira (1º).
A emissora havia informado incorretamente que Lula havia sido condenado na primeira instância no caso penal em que o ex-presidente era acusado de receber vantagem indevida da Odebrecht, por meio de Taiguara Rodrigues e por meio de palestras comprovadamente realizadas. O caso ficou conhecido como “Odebrecht/BNDES/Angola”.
“O Jornal Nacional teve que retificar uma informação enviesada sobre o quinto arquivamento seguido de acusações contra o ex-presidente Lula”, repercutiram as redes sociais. “O episódio ganhou destaque no Twitter, que não perdoou a má fé do veículo que, mais uma vez, omitiu detalhes da absolvição de Lula.”
“Sempre que foi julgado por um órgão imparcial e independente — fora da Lava Jato de Curitiba — Lula foi absolvido ou a acusação foi sumariamente rejeitada”, afirmou a defesa do petista.
O ex-presidente Lula lista as cinco ações penais que foram rejeitadas pelo judiciário:
- Caso “Quadrilhão”
- Caso “Obstrução de justiça” (Delcídio do Amaral)
- Caso “Frei Chico”
- Caso “Invasão do Tríplex”
- Caso Odebrecht/BNDES/Angola
O advogado Cristiano Zanin Martins, da defesa do ex-presidente, por meio de nota, afirmou que a expectativa é de que o Supremo Tribunal Federal acolha os dois habeas corpus que tramitam perante aquela Corte e que pedem a anulação dos processos abertos contra Lula pela Lava Jato de Curitiba em virtude da suspeição do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da República liderados por Deltan Dallagnol. Segundo o defensor, o objetivo é que o ex-presidente possa ter direito a um julgamento justo e imparcial também em relação a esses casos.
Com as redes sociais em chamas, os bolsonaristas acusam a TV Globo de ser petista. Para os correligionários do “Capitão Cloroquina”, a emissora de televisão tem a “obrigação” de continuar censurando o ex-presidente Lula e apoiar incondicionalmente o atual governo.
Assista ao vídeo:
Hahahaha. pic.twitter.com/A5eMFWfBd1
— Colorado osvaldo ????⭐ (@OSVALDOJNS) September 2, 2020
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Paulo Guedes imita “Rolando Lero” em audiência do Congresso Nacional
Até a ema do Palácio da Alvorada sabe que salário gera consumo, que gera produção, que negócio, que gera empregos. É o ciclo virtuoso na economia, que traz conforto e felicidade às pessoas.
Pois bem, o ministro Paulo Guedes revogou essa premissa nesta terça-feira (1º) durante audiência no Congresso Nacional sobre a proposta de orçamento para 2021. Incorporando “Rolando Lero”, personagem da escolinha do Professor Raimundo, o titular da economia disse a estultice segunda qual o ‘aumento real do mínimo pode gerar milhões de desempregados’.
Evidentemente que é mais uma mentira do ministro, já desmascarada aqui neste Blog do Esmael hoje e há meses. Salário é a solução, não o problema.
O Congresso Nacional deveria abrir processo de impeachment contra Paulo Guedes por mentir deslavadamente em uma audiência pública, mas, não se sabe por que, os parlamentares toleram o “Rolando Lero” da Economia.
Paulo Guedes foi cobrado pelo vergonhoso salário mínimo de R$ 1.067 a partir de 1º de janeiro de 2021, porém ele lançou a seguinte pérola:
“A pandemia causa um efeito devastador no emprego”, disse. “Então hoje, se concedermos um aumento real no mínimo, talvez milhões de pessoas sejam demitidas”, completou “Rolando Lero”, sem explicar como o Brasil atingiu 80 milhões de desempregados enquanto o salário mínimo foi desvalorizado e vandalizado pelo governo Jair Bolsoanro.
“Estamos no meio de uma crise de emprego terrível, todo mundo desempregado”, reconheceu o ministro. “Se dermos este aumento, estaremos condenando as pessoas ao desemprego”, mentiu. “Então é preciso cuidado”, amedrontou Paulo Guedes, então para arrematar: “Estamos atentos a esta política, mas o poder público precisa ser cuidadoso ao momento certo em que poderá conceder reajustes reais.”
Além de enrolar os congressistas, o ministro da Economia adiantou que enviará ao parlamento as seguintes proposições:
- Imposto digital, a nova “CMPF”
Guedes também confirmou que deve enviar ao Congresso, em breve, o projeto que cria um imposto sobre transações digitais no Brasil, como um dos complementos à reforma tributária (PL 3.887/2020) já encaminhada.
- Renda Brasil
Guedes defendeu uma reforma na gestão orçamentária brasileira. Ele chama sua proposta de “Orçamento 3D”, pois seria baseada em “desobrigar, desonerar e desindexar” a gestão das verbas, “devolvendo a definição da peça orçamentária para a classe política”.
- Reforma administrativa
A proposta de reforma administrativa do serviço público para análise do Congresso Nacional será válida para futuros servidores. “A opinião pública não está disposta a aceitar abusos, salários astronômicos, isso tem que ser revisado na reforma”, disparou o ministro.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.