Bolsonaristas do “chifre vermelho” apoiam candidatos do PT em várias cidades do País

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) já faz escola no Partido dos Trabalhadores.

Quando era cobrado sobre o apoio que recebia do PSDB, no Paraná, o então governador Roberto Requião costumava driblar as críticas dizendo que eram tucanos do “bico vermelho”.

Assim também estão fazendo os petistas nestas eleições de 2020, quando questionados sobre as chapas PSL-PT em algumas localidades.

São bolsonaristas do “chifre vermelho”, despistam os dirigentes do PT, em referência ao apelido de “gado” dado à militância fundamentalista que apoia o presidente Jair Bolsonaro.

O PT de Itapirapuã Paulista (SP), por exemplo, oficializou na semana passada a candidatura de Sirlene Camargo e aprovou a indicação do vice pelo PSL, o militar Aguinaldo Domingues.

Nas redes sociais, Sirlene elogiou o “amigo e parceiro” e afirmou que a indicação do PSL foi “o que fortaleceu ainda mais a renovação para o nosso município”.

Economia

Além de Itapirapuã Paulista (SP), PT e PSL estão juntos em Belford Roxo (RJ), Francisco Morato (SP), Ilha Solteira (SP), Palmeira dos Índios (AL), São Cristóvão (SE) e Trindade (PE).

“São bolsonaristas do chifre vermelho”, confortam os pragmáticos petistas. Aos mais críticos à aliança PT-PSL, resta o choro.

PS: A Comissão Executiva do PSL em São Paulo informou nesta segunda-feira (21) que, nas cidades em que o partido figura como cabeça de chapa nas eleições municipais de 2020, são proibidas coligações com o PT, PSOL e o PCdoB. Portanto, as chapas PT-PSL estão ‘sub judice’ nos municípios paulistas.

Bolsonaro “comunista” vira principal ‘cabo eleitoral’ do PCdoB em Londrina (PR)

Bolsonaro “comunista” vira principal ‘cabo eleitoral’ do PCdoB, em Londrina (PR), e do PSOL, em São Paulo.

O sociólogo Márcio Sanches vai disputar pela primeira vez a eleição de prefeito de Londrina, Norte do Paraná, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na eleição de 15 de novembro, de acordo com o TSE, onze candidatos disputarão a prefeitura do município de 575 mil habitantes, a segunda maior do Paraná.

Sanches disse em entrevista ao Blog do Esmael que, nos debates, irá transformar o presidente Jair Bolsonaro em seu principal ‘cabo eleitoral’. Ele explica como.

“Dos 11 candidatos a prefeito de Londrina, todos ou apoiam Bolsonaro ou não lhe fazem oposição. Então, só sobrou a candidatura do PCdoB. Nós vamos usar a força reversa, utilizar o antibolsonarismo como plataforma de nossa campanha”, afirmou Márcio Sanches, que também é publicitário.

Ex-líder estudantil, Sanches, de 47 anos, presidiu a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) e a União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (ULES) nos anos 90.

A tática eleitoral do candidato do PCdoB em Londrina parece ser a mesma adotada por Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo.

Boulos espera chegar ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo surfando na rejeição de 47% do presidente Jair Bolsonaro entre os paulistanos.

Na manhã desta segunda-feira (21), por exemplo, Boulos rebateu pelo Twitter a declaração de Bolsonaro segundo qual a visita do secretário de Estado Mike Pompeo ao Brasil representa o alinhamento com os Estados Unidos.

“Sinônimos de “alinhados na busca do bem comum”: “capacho”, “lambe botas”, “lesa pátria”, “entreguismo”. Para mais informações, ver verbete: “subserviência””, disparou Guilherme Boulos, demarcando com o presidente.

O que Márcio Sanches e Guilherme Boulos têm em comum, além do fato de serem de esquerda, é a inteligência de nacionalizar a disputa pelas respectivas prefeituras. Eles teriam menos chances de vencer se mirassem apenas no esgoto a céu aberto.