Para 61%, o Brasil é um país racista, diz a Paraná Pesquisas

A Paraná Pesquisas afirma neste sábado (15) que 61% consideram o Brasil um país racista.

Para 66,7% dos entrevistados, o problema do racismo no Brasil é pior do que nos Estados Unidos.

39,6% já presenciaram um ato de discriminação racial contra outra pessoa e 18,8% já foram vítima de preconceito em razão da cor da pele.

A maioria das pessoas que disseram ter sido discriminada o foram no comércio, seguindo do ambiente do trabalho.

De acordo com a Paraná Pesquisas, 56,7% não acreditam que negros e brancos têm oportunidades iguais no Brasil.

Confira a íntegra da entrevista sobre o racismo no Brasil:

Economia

O Brasil é um país racista?

  • Sim 61,0%
  • Não 34,5%
  • Não sabe/ não opinou 4,5%
  • O problema do racismo no Brasil é pior do que nos Estados Unidos?

  • Não 67,6%
  • Sim 22,0%
  • Não sabe/ não opinou 10,4%
  • O Sr(a) já presenciou um ato de discriminação racial contra outra pessoa?

  • Não 59,5%
  • Sim 39,6%
  • Não respondeu 0,9%
  • O Sr(a) já foi vítima de preconceito em razão da cor da pele?

  • Não 80,4%
  • Sim 18,8%
  • Não respondeu 0,8%
  • Em qual ambiente o Sr(a) foi vítima de preconceito em razão da cor de sua pele?

  • Não 80,4%
  • Sim 18,8%
  • Não respondeu 0,8%
  • Entre aqueles que já sofreram preconceito em razão da cor da pele. Em qual ambiente o Sr(a) foi vítima de preconceito em razão da cor da pele?

  • Não lembra/ não sabe/ não respondeu 1,2%
  • Em estabelecimentos comerciais 5,2%
  • No trabalho 4,5%
  • Em áreas ou instituições públicas 4,0%
  • Nas relações pessoais ou familiares 1,5%
  • Em outros ambientes 2,5%
  • Negros e brancos têm oportunidades iguais no Brasil?

  • Não 56,7%
  • Sim 43,3%
  • Possivelmente a percepção do racismo seria maior se a pesquisa tivesse sido realizada exclusivamente entre as pessoas da cor preta.

    O levantamento ocorreu entre os dias 19 e 23 de junho de 2020. Foram entrevistados 2.240 brasileiros de 26 estados e o Distrito Federal. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

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    Após pedido de impeachment, Damares exclui movimento negro do Conselho de Igualdade Racial

    A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do governo Bolsonaro, Damares Alves, anulou 14 mandatos entre titulares e suplentes, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) que eram ocupados por membros do movimento negro. A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também foram excluídas do CNPIR.

    O conselho tem seus integrantes escolhidos a cada dois anos por meio de seleção junto à sociedade civil. Em dezembro de 2018, os integrantes do conselho foram designados para um mandato de dois anos referente ao biênio entre 2019 e 2020.

    O CNPIR é um órgão que tem como principal missão propor políticas de promoção da igualdade racial, com ênfase na população negra e outros segmentos raciais e étnicos da população brasileira. Além do combate ao racismo, o Conselho tem por missão propor alternativas para a superação das desigualdades raciais, tanto do ponto de vista econômico quanto social, político e cultural, ampliando, assim, os processos de controle social sobre as essas políticas.

    Para isso o CNPIR anualmente avalia a proposta orçamentária da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e lhe cabe sugerir as prioridades com que os recursos do setor serão empenhados.

    Os conselheiros que perderam os mandatos são representantes dos seguintes segmentos: organizações de representação do movimento negro, juventude negra, quilombolas, trabalhadores, estudantes, pesquisadores negros e comunidade árabe.

    Os conselheiros do movimento negro que tiveram seus mandatos anulados são: Danilo Rosa de Lima (do Educafro), Ângela Cristina Santos Guimarães (da União dos Negros pela Igualdade), Ângela Maria da Silva Gomes (Movimento Negro Unificado), Rosilene Torquato de Oliveira (Agentes de Pastoral Negros do Brasil), Moara Correia Saboia (Coletivo Nacional de Juventude Negra), Maria Rosalina dos Santos e José Alex Borges Mendes (Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).

    O ministério justificou as destituições alegando que algumas das organizações estariam exercendo um 4º mandato consecutivo junto ao conselho, o que, segundo o governo Bolsonaro, não seria permitido.

    As entidades do movimento negro que foram excluídas pelo governo Bolsonaro do Conselho fazem parte da Coalizão Negra por Direitos que, nesta quarta-feira (12), protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro por causa da morte de mais de 100 mil pessoas vítimas da Covid-19.

    A Coalizão é um movimento composto por mais de 100 outras entidades que representam o movimento negro em diversos estados do país.

    No lugar do primeiro titular do conselho representando o movimento negro (Danilo Rosa de Lima), foi indicado José Luiz Teixeira, do Instituto Sorriso Negro dos Campos Gerais (INSEC), que não faz parte da Coalizão que pediu o impeachment de Bolsonaro.

    Datafolha: 47% dizem que Bolsonaro é “inocente” no caso de 100 mil mortes

    O instituto Datafolha afirma que 47% dos brasileiros veem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como “inocente” no caso das 106 mil mortes pelo novo coronavírus. Segundo levantamento publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta sexta-feira (14), quase metade dos entrevistados exime o presidente da República de qualquer culpa em relação aos óbitos por Covid-19.

    Confira os números da pesquisa realizada entre os dias 11 e 12 de agosto. Foram entrevistadas 2.065 pessoas. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

  • Não tem culpa: 47%
  • Principal culpado: 11%
  • Um dos culpados, mas não o principal: 41%
  • Não sabe: 2%
  • De acordo com o Datafolha, 49% dos entrevistados afirma que Bolsonaro não é responsável pelo avanço do coronavírus no Brasil ante 33% que dizem que, sim, o presidente é o responsável.

    O instituto também perguntou ao entrevistado se Bolsonaro é responsável pelo avanço do coronavírus no Brasil. O resultado:

    Para 49% da população, o Brasil não fez o necessário para evitar as mais de 100 mil mortes por coronavírus e 24% dizem que foi feito o necessário. Nada que o país fizesse evitaria esse número de mortes, segundo 22% dos entrevistados e 6% não souberam responder.

    Os governadores de estados também são isentos de culpa por 55% dos entrevistados pelo Datafolha. Apenas 24% acreditam que os gestores estaduais são muito responsáveis pelo avanço do coronavírus no Brasil.

    O Datafolha ainda carimbou o ministro da Saúde como “fantasma”, pois, de acordo com o instituto, 88% dos brasileiros não sabem que a pasta é comandada interinamente pelo general Eduardo Pazzuelo.