Guedes “desconfiado” cobra “confiança” de Bolsonaro

O ministro da Economia Paulo Guedes fez um discurso esquisito nesta quarta-feira (19) ao repetir a palavra “confiança” para se referir ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ressabiado, Guedes afirmou nesta tarde que ‘Bolsonaro não nunca me faltou com a confiança’ e o ministro criticou propostas que furam o teto do orçamento.

Paulo Guedes também citou o escritor americano Ernest Hemingway, morto em 1961, ao cobrar “confiança” de Bolsonaro.

“É confiando que se confia”, parafraseou o ministro. “A melhor maneira de saber se você pode confiar em alguém é confiar”, disse.

Bolsonaro falou em seu discurso que o auxílio emergencial de R$ 600 é muito pesado para o governo. No entanto, ressalvou, R$ 200 é pouco como ajuda.

As declarações de Guedes e Bolsonaro se deram durante a assinatura da medida provisória que facilita crédito para empresas.

Economia

A confiança está para a desconfiança na mesma intensidade que o amor está para o ódio, presume-se do evento desta tarde.

O presidente aproveitou a cerimônia no Palácio do Planalto para criticar a “turma do fica em casa” e a “turma do contra” cujas ações, segundo Bolsonaro, quebram as empresas.

Jair Bolsonaro ainda anunciou que visitará o estado do Rio Grande do Norte, na sexta-feira (21), em sua política de “roubar” o reduto eleitoral lulista e do PT no Nordeste.

O RN é governado pela petista Fátima Bezerra.

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Greve dos Correios tem adesão de 70% dos trabalhadores, diz federação

Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de todo o Brasil estão em greve desde a última segunda-feira (17). Os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam de negligência da empresa com a saúde dos trabalhadores na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos. A paralisação é por tempo indeterminado.

De acordo com estimativas da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a greve atinge cerca de 70% da categoria.

Ainda de acordo com a Fentect, o movimento grevista tem a adesão tanto do setor operacional, quanto administrativo.

Com base em informações encaminhadas pelos sindicatos filiados, a federação estima em mais de 70 os óbitos de trabalhadores da ativa vítimas da Covid-19.

Em nota, a Fentect pede “a compreensão da sociedade nessa luta”, diz que segue aguardando “uma postura correta da empresa, de negociação, para que os trabalhadores não sejam ainda mais penalizados nessa pandemia, assim como a população”.

A entidade também informa que novas assembleias serão realizadas nos estados ao longo da semana para avaliação da greve.

“No entanto, a greve deve contar com novas adesões dada a retirada de direitos, prevista no Acordo Coletivo da categoria que teria vigência até 2021, e perdas salariais que chegam a 40% da remuneração, além de direitos como licença maternidade de 180 dias e auxilio para dependentes com necessidades especiais”, ressalta a Fentect.

Com informações da Fentect

Boulos ganha apoio de Criolo e Emicida em São Paulo

O pré-candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, ganhou novas adesões no setor cultural. Criolo e Emicida vão assinar o manifesto de apoio à chapa dele, com Erundina como vice. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, na Folha.

Boulos, por sua vez, agradeceu aos dois rappers. “Que honra ter o apoio desses dois gigantes da periferia de São Paulo”, escreveu no Twitter o pré-candidato do PSOL.

Artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque, intelectuais e personalidades historicamente ligadas ao PT também assinaram o manifesto.

Além do setor da cultura, os pré-candidatos do PSOL amassaram barro e gastam sola do sapato.

Boulos e Erundina têm percorrido a periferia paulistana na pré-campanha pela Prefeitura.

“Estive hoje com o Padre Ticão em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, para uma conversa com referências da região. A periferia vai ser o centro”, disse o pré-candidato.

Guilherme Boulos repete como mantra que “o povo precisa ser ouvido”. “E tem muito a dizer”, emenda. “Estive no Itaim Paulista, na Zona Leste de SP, junto com Bruno Crispim. Ouvimos as mulheres guerreiras e as lideranças comunitárias da região. Juntos vamos virar o jogo em SP”, relatou.

Nessas incursões pela periferia, Erundina e Boulos têm descido a borracha no presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“O governo quer assinar lei que diminui o auxílio emergencial para o valor original: R$ 200”, registrou no Twitter. “Bolsonaro deputado recebia 4 mil por mês de auxilio moradia tendo casa. Guedes recebe 8 mil de auxílio moradia e alimentação como ministro. O que é maior: a crueldade ou a hipocrisia?”, questiona.

Antenado ao que acontece além de São Paulo, Guilherme Boulos também comenta acontecimentos que ocorreram em outras partes do País.

“Capitalismo em estado puro”, disse, ao referir-se a morte de um promotor de eventos dentro do Carrefour em Recife (PE).

“Ontem, Moisés, um promotor de vendas, infartou e morreu dentro de um Carrefour em Recife. Bloquearam o acesso visual ao corpo com tapumes e guarda-sóis e mantiveram a loja funcionando por 3 horas!”, criticou.