Zeca Dirceu diz que Feder teve rejeição unânime de estudantes e professores no Paraná

A notícia de que o atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, será o novo ministro da Educação do governo Bolsonaro já repercute nas redes sociais e no meio político.

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) comentou pela sua conta no Twitter:

“Feder como secretário no Paraná, realizou o mesmo feito de Weintraub no MEC, conseguiu rejeição unânime de estudantes e professores.

Infelizmente, teremos uma piora no cenário desmonte e privatização da educação, com vouchers, homeshooling e ensino remoto eletrônico.”

A atuação de Feder como empresário do ramo de informática faz levantar a desconfiança de que como ministro ele vai tentar informatizar e terceirizar a educação brasileira, da mesma maneira que já vem fazendo no Paraná.

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O internauta Carlos Vitorino comentou: “Gato escaldado: Feder, dono da Multilaser, vai informatizar toda educação e precarizar a docência, a serviço do lobby que representa! É isso, produção?”

O anúncio também fez emergirem os “esqueletos no armário de Feder. Segundo o Globo, ele foi alvo de duas denúncias do Ministério Público sob acusação de sonegação fiscal que totaliza R$ 22 milhões.

O virtual ministro foi denunciado tanto pelo MP do Rio como pelo MP de São Paulo porque a empresa da qual é sócio, a Multilaser, não teria recolhido os valores devidos de ICMS para os cofres públicos desses estados.

Logicamente, a Multilaser negou ter praticado sonegação e informou que não fez o recolhimento dos impostos porque estava negociando com os Fiscos estaduais uma compensação com valores de precatórios que a empresa tinha a receber dos dois estados.

Veja quem é o novo ministro da Educação indicado pelo apresentador Ratinho

Feder diz que é acionista minoritário da Multilaser e que a empresa questiona a cobrança indevida de impostos.

Mas já é possível imaginar que com um ministro assim a educação pública está em risco. Os professores e estudantes do Paraná que o digam.

O novo ministro da Educação de Bolsonaro é o empresário Renato Feder, que é atualmente o titular da pasta da Educação no Paraná.

Feder é de São Paulo e foi indicado para o governo do Paraná pelo apresentador de TV Ratinho, que é pai do governador Ratinho Junior (PSD).

O presidente Bolsonaro (sem partido) nomeou Feder, ‘apesar de não ter o melhor currículo’, disse na quinta-feira (25) durante uma live em que anunciou o brevíssimo Carlos Decotelli.

O novo ministro é um milionário CEO da Multilaser, gigante nacional do ramo de tecnologia, além de ser herdeiro do grupo Elgin, mega indústria do ramo de eletrodomésticos brasileira.

Sua gestão na Educação do Paraná se baseia na visão empresarial se sobrepondo às diretrizes pedagógicas, com forte incentivo a privatizações, terceirizações e a implementação de uma política de bônus por produção ao invés de valorização dos profissionais da educação.

Uma da medidas adotadas por Feder prevê a terceirização de várias funções como merendeiras(os), secretários(as), serviços gerais, bibliotecários(as) e outros. A partir de agora, quando um desses trabalhadores deixar o cargo, o Estado fará a substituição contratando mão de obra terceirizada.

Na semana passada, o site Intercept Brasil fez sérias denúncia sobre a empresa fornecedora dos aplicativos usados pelos alunos e professores do Paraná para as aulas à distância durante a pandemia. Além do Paraná, essa empresa atende os estados de São Paulo, Amazonas e Pará.

A empresa IP.TV, pouco conhecida mesmo no meio em que atua, é ligada a políticos bolsonaristas. Ela foi a criadora do aplicativo “Mano”, uma rede social só de bolsonaristas, e também abriga a TV Bolsonaro.

Ou seja, Feder tem muito o que explicar agora como ministro da Educação. Como se diz no meio político, ele seria uma versão “alfabetizada” de Weintraub. Por isso mesmo, ele é muito mais perigoso para a educação nacional, pois ele sabe exatamente o que fazer para desmontá-la e entregá-la à iniciativa privada.

Com informações do Intercept Brasil e Esquerda Online.

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Bolsonaro alterou data de exoneração para encobrir fuga de Weintraub

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ter passado recibo sobre sua participação na fuga do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que usou a estrutura do cargo para chegar aos Estados Unidos. De acordo com o Diário Oficial da União (DOU), um decreto desta terça-feira (23) alterou a data de exoneração do ex-titular do MEC.

O Palácio do Planalto tinha inicialmente publicado a exoneração de Weintraub no DOU do último sábado (20), mesma data que ele chegou na surdina nos Estados Unidos. No entanto, com a alteração de hoje, o ex-ministro da Educação foi exonerado na sexta-feira (19).

A manobra ocorreu porque Weintraub temia ser preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news. Ele é alvo de duas investigações na Corte: uma apura a ofensa aos ministros e a outra apura suspeita de declarações racistas contra o povo chinês.

Além disso, o passaporte diplomático –prorrogativa de algumas autoridades, dentre as quais ministros de Estado– pode ter sido usado sem que Weintraub já não fosse mais ministro. Por isso houve a alteração no DOU.

A fraude diplomática também isentou o Abraham Weintraub, na condição de ministro de Estado, de não cumprir quarenta nos Estados Unidos em virtude da pandemia de coronavírus.

Weintraub chegou a dizer que, quando saísse do governo, deixaria o país o mais rápido possível. Dito e feito. Ele chegou pela porta dos fundos a Miami, Estados Unidos, com a promessa do presidente Jair Bolsonaro nomeá-lo diretor executivo do Banco Mundial.

Diante da operação para a fuga do ex-ministro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu para que o Tribunal de Contas da União (TCU) apure a eventual atuação do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) na fuga de Weintraub aos EUA.

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O último ato do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que assinou uma portaria na semana passada que acabava com incentivo a cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação, foi revogado pelo MEC nesta terça-feira (23).

A revogação foi publicada no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro interino da pasta, Antonio Paulo Vogel de Medeiros.

Weintraub assinou a medida no dia 18 de junho, seu último ato à frente do MEC. No dia seguinte, ele fugiu para os Estados Unidos, com medo das investigações em curso no STF.

A medida de Weintraub foi criticada por diversos setores e também se tornou alvo do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que um prazo de 48 horas para a Advocacia Geral da União (AGU) se manifestar sobre o tema.