[Íntegra vídeo] Rodrigo Maia no Roda Viva

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estará no centro do programa Roda Viva na próxima segunda-feira, dia 3 de agosto. Com apresentação de Vera Magalhães, a atração irá ao ar às 22h, ao vivo, e será transmitido pelo Blog do Esmael.

Apelidado pela Lava Jato de “Botafogo”, o presidente da Câmara era investigado ilegalmente na força-tarefa de Curitiba e isso desencadeou uma reação do Congresso Nacional. Ato contínuo, a PGR iniciou uma devassa na República de Curitiba em busca de “segredos” nas “caixas pretas” –segundo o procurador-geral Augusto Aras.

Rodrigo Maia é ocupante do segundo cargo mais cobiçado na República [o primeiro é hoje ocupado por Jair Bolsonaro], onde não faltam problemas e desafios.

O presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória, na falta do presidente da República e do vice-presidente, por isso o Palácio do Planalto não esconde as intenções de ter o legislativo, além do judiciário, sob controle.

Bolsonaro sonha em eleger o presidente da Câmara e, também por isso, os constantes ataques contra parlamentares, lançados por integrantes do chamado “gabinete do ódio”, grupo radical, próximo do governo, que não tolera divergências.

Economia

Some-se a isso a fissura no Centrão, grupo que reunia mais de 220 deputados. O “racha” ocorre apenas para que os partidos se realinhem para a batalha eleitoral na Câmara.

Em meio a tudo isso, Maia ainda trata das pautas de interesse dos grupos econômicos, dos bancos e da mídia corporativa, como as reformas administrativa e tributária.

“Ninguém aguenta mais impostos. Vamos cuidar da simplificação e cortar distorções (…) A sociedade está cansada (…) esta proposta terá muita dificuldade de passar na Câmara”, diz Maia, sinalizando que a Casa irá aprovar mais um pacote de bondades para favorecer os mais ricos.

Por outro lado, Rodrigo Maia pautou todos os temas [já aprovados] que retiram direitos da sociedade e dos trabalhadores brasileiros, a exemplo das reformas trabalhista, previdenciária, MP 936, que reduz salários e permite a demissão na pandemia de coronavírus, dentre outras maldades.

O presidente da Câmara tem muito a explicar, porém, muito provavelmente, ele não será perguntado sobre questões espinhosas na segunda-feira.

O Roda Viva conta com uma bancada de entrevistadores formada por Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN; Denise Rothenburg, colunista de política do jornal Correio Braziliense; Jussara Soares, repórter do jornal O Estado de S. Paulo; Ranier Bragon, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo e a participação remota do cartunista Paulo Caruso.

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PT exige CPI já para apurar por que Lava Jato detém dados de 38 mil pessoas

O Partido dos Trabalhadores (PT) quer investigar as suspeitas levantadas de que força-tarefa faz uso político de banco de dados de milhares de pessoas, incluindo juízes e parlamentares. Os indícios de abusos e falta de transparência do grupo dirigido por Deltan Dallagnon foram levantados por ninguém menos que o chefe do Ministério Público Federal, Augusto Aras. “É uma caixa de segredos”, alerta o procurador-geral da República (PGR).

O Partido dos Trabalhadores quer a instalação imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a atuação dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, depois que o procurador-geral da República, Augusto Aras, revelou que o grupo investigou 38 mil pessoas, incluindo parlamentares e juízes, sem qualquer tipo de justificativa. “A Câmara precisa instalar esta CPI para que o Brasil conheça a verdade sobre uma operação que tanto prejuízo causou ao Brasil”, defendeu a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). A CPI foi solicitada pelo líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE) e tem o apoio da bancada do PT.

“A força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos”, revelou Aras, durante uma live transmitida pelo grupo ‘Prerrogativas’, na noite de terça-feira, 28 de julho. “Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos”. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) considera muito graves as revelações de Aras: “A Câmara deve imediatamente instalar a CPI da Lava Jato, que já foi lida e aguarda decisão do Rodrigo Maia para iniciar o funcionamento”.

Pimenta anunciou que o partido vai acionar o Supremo Tribunal Federal e o próprio Ministério Público Federal para acompanhar as medidas adotadas para investigar e identificar os responsáveis. “Os 50 mil documentos que a Lava Jato possui arquivados em um sistema paralelo, sem controle da PGR ou das corregedorias, revela um Estado Policial dentro do país”, alertou o deputado petista gaúcho. “Trata-se de uma afronta ao Estado de Direito e não pode ser tolerado impunemente pelo STF e pelo Congresso”.

O PT avalia que a possibilidade de compartilhamento de informações pessoais entre Receita Federal, Lava Jato e PF sem autorização judicial, para criar um banco de dados sobre 38 mil pessoas é criminoso. “É uma polícia política para ser acionada contra todos que não se intimidam aos abusos”, criticou Pimenta.

Guerra no MPF
Em junho, a Procuradoria Geral da República tentou ter acesso aos dados armazenados pela investigação no Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. A força-tarefa em Curitiba recebeu a visita da vice-procuradora Lindôra Araújo, uma das principais auxiliares de Aras, mas se recusou a entregar os dados, questionando a legalidade da busca e acusando o procurador-geral de “manobra ilegal”.

Augusto Aras recorreu ao Supremo Tribunal Federal e o presidente da corte, ministro Antonio Dias Toffoli, determinou o compartilhamento de dados. Ao expedir a ordem, o ministro afirmou que a posição da Lava Jato viola o princípio da unidade do Ministério Público Federal.

Segundo Aras, todo o Ministério Público Federal no país armazena 40 terabytes de informações. A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, sozinha, tem mais dados armazenados que todo o sistema de informações de todos os procuradores federais. Segundo Aras, o arquivo do grupo de procuradores de Curitiba tem 350 terabytes.