Renault leva xeque-mate no Paraná: ou readmite ou perde os benefícios

A montadora francesa Renault levou um xeque-mate nesta sexta-feira (31) durante uma Audiência Pública convocada para tratar da demissão coletiva ocorrida no último dia 22 de julho. A montadora francesa colocou na rua 747 trabalhadores em plena pandemia de Covid-19.

A Audiência convocada pelo deputado estadual Arilson Chiorato (PT), contou com a presença suprapartidária dos deputados estaduais, Romanelli, Tadeu Veneri, Luciana Rafagnin, Professor Lemos, Goura, Do Carmo, Nelson Luersen e Recalcati. Também os deputados federais Gleisi Hoffmann, Enio Verri e Zeca Dirceu.

Participaram da Audiência Pública: o representante da Secretaria de Segurança e Justiça do Paraná, Mauro Rochembach; o representante jurídico da Renault, Dr. Joaquim Ferraz Martins Filho; os representantes do Sindicato, assessor jurídico Dr. Iraci e Diretor Nelsão; representantes das centrais sindicais Sérgio Butka da Força Sindical e Marcio Kieller da CUT; representante da Procuradoria Regional do Trabalho, Dr. Alberto Emiliano; vice-presidente do TRT, Célio Waldraff; representante da APUF-UFPR, professor Paulo Opuszka; Relações Governamentais da Renault, Marcos, também o Ezequiel Romão Pereira.

A demissão em massa realizada pela montadora foi recebida com preocupação pelo deputado estadual Arilson Chiorato, que convocou a Audiência para ouvir as partes envolvidas e buscar uma resolução para o problema de interesse público, que é a demissão de 747 trabalhadores da região metropolitana de Curitiba, especialmente em um momento de pandemia.

Chiorato compreende que este é um tema importante para o Paraná. O deputado destaca que a Renault recebe desde o ano de 1996, benefícios consideráveis por parte do estado. Incentivos financeiros, tributários e imobiliários que possibilitaram que a empresa crescesse.

“A concessão de incentivo fiscal não é uma iniciativa do governador e sim do povo paranaense. É o povo que na verdade concede o benefício à empresa, e o mínimo que a gente espera nesse momento é reciprocidade… Diferente do contexto da demissão em massa, diferente de estar ao lado do Paraná nos bons momentos apenas. O objetivo dessa audiência nada mais é do que a gente terminar essa greve e tentar readmitir os 747 funcionários e garantir o retorno da normalidade”, disse o deputado, que também é presidente estadual do PT.

Economia

Arilson ainda citou a Lei estadual 15.426 de 2007, de autoria do governador Ratinho Junior (PSD), que à época exercia o mandato de deputado estadual e conseguiu aprovar que as empresas que recebem benefícios de incentivos fiscais devem manter os empregos, sob pena de perder os benefícios. O deputado entende que em caso da não readmissão dos trabalhadores, o governador deve fazer valer a Lei de sua própria autoria e cortar os benefícios da Renault.

Como resultado da Audiência, foi marcada uma audiência presencial com o governador para segunda-feira (03/08) para retomar as negociações, entre Sindicato, Empresa e Governo. Estarão presentes as Instituições e Entidades que participaram da Audiência Pública. O Deputado Arilson afirmou que a defesa da Assembleia Legislativa do Paraná será pelos trabalhadores, e que vai intervir para que haja ou a readmissão dos trabalhadores, ou a revisão dos benefícios da empresa.

Resumo da ópera: ou a Renault dá, ou desce.

Assista ao vídeo:

CASO RENAULT, READMISSÃO JÁ!Hoje fizemos uma audiência pública sobre a demissão em massa da Renault que colocou na rua…

Publicado por Arilson Chiorato em Sexta-feira, 31 de julho de 2020

LEIA TAMBÉM

Weintraub manda ‘beijinho-beijinho’ dos EUA após aprovação para o Banco Mundial

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para alguns foragido, mandou hoje beijinho-beijinho dos Estados Unidos após seu nome ser aprovado para uma diretoria do Banco Mundial.

“Gostaria de agradecer a todos que me ajudaram a estar em segurança aqui nos EUA”, escreveu no Twitter, referindo-se às pessoas que o ajudaram a deixar o Brasil às pressas depois que deixou o MEC. “Agradeço por suas orações, por seu carinho, pelo apoio e pelas ações diretas ou indiretas.”

Mais sensível no autoexílio, Weintraub disse que muitas vezes um “simples” like faz a diferença. “Não vou nomeá-los, porém, saibam que estão em meu coração”, disse o “fofo” do novo diretor do Banco Mundial.

Abraham Weintraub foi aprovado como diretor-executivo do conselho do Banco Mundial. Ele agraciado com o cargo em meio ao tiroteio com o Supremo Tribunal Federal (STF), que o tornou investigado no inquérito das fake news. O ex-ministro temia ser preso, por isso saiu às pressas do país rumo aos EUA.

Em nota, o banco confirmou que “o sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco”.

A instituição financeira disse ainda, por meio de um comunicado, que “o sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição. Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas”.

Para comemorar a aprovação de Abraham Weintraub, o Palácio do Planalto reforçou as porções de alfafa e determinou a abertura de tubaínas para os bolsonaristas. Uma live em caráter reservado será feita ainda hoje entre os envolvidos na celebração.

O blogueiro Allan dos Santos, também foragido, é cotado para a chefia de gabinete de Weintraub.