Ministro Dias Toffoli, do STF, salva do impeachment o governador do Rio

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi salvo na noite desta segunda-feira (27) do impeachment na Assembleia Legislativa (Alerj), por decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Toffoli mandou dissolver a comissão instalada na Alerj para analisar impeachment de Witzel, com isso outra comissão será formada obedecendo os critérios de proporcionalidade da representação que cada partido político tem na Casa.

Witzel argumentou em sua defesa que a comissão de impeachment precisaria ser formada respeitando o limite da proporcionalidade, enquanto no entendimento da Alerj era necessário a participação de um deputado de cada partido.

Em sua decisão, o ministro Dias Toffoli escreveu que “Ante a iminência do prazo para o reclamante apresentar sua defesa (29/07/2020), defiro a medida liminar para sustar os efeitos dos atos impugnados, desconstituindo-se, assim, a comissão especial formada, para que se constitua outra comissão, observando-se a proporcionalidade de representação dos partidos políticos e blocos parlamentares, bem como a votação plenária dos nomes apresentados pelos respectivos líderes, ainda que o escrutínio seja feito de modo simbólico”.

Os 25 deputados que compõem a comissão atual foram indicados pelas lideranças de cada partido, mas agora, com decisão de Toffoli, a Alerj terá de formalizar nova escolha –mesmo que em votação simbólica– no plenário da Casa.

A decisão salvadora do STF deu um fôlego de 10 sessões regimentais para o governador Wilson Witzel apresentar suas alegações.

Economia

Wilson Witzel tem uma “arma secreta” para tentar reverter o impeachment na Alerj, o secretário André Moura, que voltou à Casa Civil. Ele havia saído do governo, mas retornou porque tem boas relações com os deputados que votaram a cassação do governador.

Acusação
O governador do Rio é investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), na Operação Placebo, em razão de supostas fraudes em contratos na saúde, firmados para o enfrentamento à pandemia do coronavírus, fato que motivou o processo de impeachment. Wilson Witzel nega ter cometido irregularidades.

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Em perigo, Deltan Dallagnol convoca os robôs para tuitaço em sua defesa

O procurador Deltan Dallagnol, no bico do corvo desde o início da devassa da PGR, convocou os robôs lavajatistas para um tuitaço às 18 horas desta segunda-feira (27).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) faz uma busca nos arquivos da força-tarefa Lava Jato desde a semana passada. Na sexta-feira (24), manifestantes fizeram protesto a favor do procurador Augusto Aras em frente à sede do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR).

Nas redes sociais, os robôs lavajatistas impulsionaram a hashtag. O procurador deverá ser substituído após uma consulta interna na PGR.

Procuradores que não leem a mesma Bíblia de Deltan acusam o procurador de ter transformado a força-tarefa no Paraná uma “LavaJaTUR”, devido os excessivos gastos com diárias e viagens.

O tuitaço desta noite convocado por Deltan Dallagnol, além do emprego de robôs, é uma reprodução do ‘modus operandi’ fake da força-tarefa durante toda a sua existência.

A Lava Jato se utilizou de movimentos criados ou incentivados por alguns procuradores para produzir agenda e palanque político para eles próprios. Exemplo caricato disso foi o procurador Diogo Castro, ex-Lava Jato, que pagou outdoor para homenagem a operação Lava Jato da qual ele fazia parte.

Com tuitaço ou sem tuitaço, o tempo de Deltan Dallagnol terminou na força-tarefa Lava Jato. Já deu, já cansou. Chega dos mesmos, segundo a maioria dos procuradores do MPF.