Covid-19: Escolas de samba querem cancelar Carnaval de 2021 na Sapucaí

As principais escolas de samba do Rio farão reunião nesta terça-feira (14) na sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) para debater o adiamento dos desfiles do Carnaval 2021. Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Vila Isabel, Beija-Flor e São Clemente vão votar juntas pelo adiamento da festa por tempo indeterminado.

A possibilidade de transferência da data de início da folia de 14 de fevereiro para meados do ano que vem já não parece uma opção segura aos olhos de dirigentes. As agremiações lembram que dependem do trabalho de centenas de pessoas fechadas em barracões para confeccionar fantasias e carros alegóricos. Uma das hipóteses estudada seria transferir os desfiles para os feriados da Semana Santa, em abril, ou de Corpus Christi, em junho.

A mudança no calendário está sendo capitaneada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que defende uma solução conjunta para todos estados do país.

“Sem vacina, é inviável realizar o carnaval em qualquer data, seja em fevereiro ou junho. Hoje, as decisões judiciais têm muita força. Há o risco de fazermos investimentos altos e, lá na frente, o contágio voltar a subir e a Justiça determinar a suspensão. O carnaval é um evento de aglomerações, da produção à realização na Sapucaí. Como seria? Componentes a dois metros de distância? Cantando com máscaras no rosto”, questiona o presidente da Vila Isabel, Fernando Fernandes.

O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou, segundo o O Globo, que o limite para ‘bater o martelo’ sobre a nova data ou sobre quais serão as adequações que a festa vai passar, é o início de outubro.

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Segundo Castanheira, ao contrário do Futebol e da Fórmula 1, que retornarão sem público, não faz sentido a mesma medida para o Carnaval, um evento que tradicionalmente causa aglomeração de pessoas, tanto na arena do Sambódromo, quanto nas arquibancadas.

A Riotur estuda alternativas e suspendeu, a pedido da Liesa, a divulgação dos preços dos ingressos na Sapucaí para o público estrangeiro. Também foi suspensa a liberação do caderno de encargos para as empresas interessadas em disponibilizar a infraestrutura do carnaval de rua, evento que reúne milhões de pessoas e exige, segundo a Riotur, um planejamento complexo e cuidados especiais. “O carnaval precisa de uma análise incluindo o número de casos, a evolução no tratamento da doença, a prevenção e até uma vacina, para garantir a viabilidade”, diz a nota.

*Com informações de O Globo