Bolsonaro visitou o Nordeste somente após bombardeio da Polícia Federal contra PT do Piauí

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu ao menos três recomendações políticas antes de contrair a Covid-19: 1- fechar a boca, 2- viajar o país e 3- prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600. Porém, antes de visitar o Nordeste, nesta quinta-feira (30), o ocupante do Palácio do Planalto teve uma ajuda extra da Polícia Federal.

Na segunda-feira (27), vésperas da aterrissagem de Bolsonaro no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, a PF desencadeou uma operação ilegal contra a casa do governador Wellington Dias (PT), no gabinete da primeira-dama Rejane Dias (PT), em Brasília, em empresas e na casa do irmão da deputada, e na sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Teresina, para investigar um suposto esquema para fraudar licitações de transporte escolar.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez uma reclamação constitucional contra a pirotecnia da Polícia Federal no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo sua anulação, porque o juízo de primeira instância não pode autorizar ações contra parlamentares porque eles têm prerrogativa de função e é a corte máxima quem autoriza investigações contra congressistas.

Pois bem, antes da chegada de Bolsonaro ao Nordeste houve um verdadeiro “bombardeio aéreo” contra os petistas no Piauí. Quando pisou em terra, o presidente da República agiu como se fizesse parte da infantaria militar.

O emprego de táticas de guerra na administração de Jair Bolsonaro é constante, inclusive com espionagens, como essa do ministro da Justiça, André Mendonça. Segundo o portal UOL, a pasta confeccionou um dossiê com nomes de 579 agentes da área de segurança pública e quatro acadêmicos considerados “formadores de opinião” do movimento dos policiais antifascistas.

Ainda de acordo com o UOL, a Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça, tem uma diretoria e uma coordenadoria de inteligência, responsáveis pela disseminado do dossiê para inúmeros órgãos públicos em Brasília, como a Casa Civil da Presidência, o CIE (Centro de Inteligência do Exército) e a Polícia Federal. A Seopi foi recém-criada pelo governo Bolsonaro.

Economia

Voltemos à visita de Bolsonaro ao Nordeste brasileiro.

O presidente da República pode ter usado a Polícia Federal como polícia política, que faz o serviço sujo, preparando o terreno para a sua chegada no Nordeste –região fortemente identificada com o petismo e o ex-presidente Lula.

Depois de sua aglomeração em São Raimundo Nonato, no Piauí, onde aglomerou e ficou sem máscara, Bolsonaro partiu para Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, onde participou da inauguração de um sistema integrado de abastecimento de água.

Nesta sexta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro navegará por águas mais tranquilas. Daqui a pouco, por volta do meio dia, ele estará no município de Bagé, no Rio Grande do Sul. O estado é governado pelo PSDB, aliado político de Bolsonaro nas suas políticas neoliberais. Portanto, diferente do que ocorreu no Paiuí, não haverá –e não houve– ação da PF precedente à visita presidencial nas terras gaúchas.

O uso da Polícia Federal nas questões políticas do presidente da República fere a Constituição Federal, pois as forças policiais têm o papel de garantir ao cidadão o exercício dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal e nos instrumentos internacionais subscritos pelo Brasil (art. 5o, § 2o, da CF).

Portanto, as recentes ações políticas da PF são abomináveis porque ferem o Estado Democrático de Direito.

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Bolsonaristas comemoram a ‘eleição’ de Weintraub para o Banco Mundial

O ex-ministro da falta de Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, foi efetivado como diretor do Banco Mundial nesta quinta-feira (30).

Diversos bolsonaristas, entre os quais o próprio Eduardo Bolsonaro, comemoraram a “eleição” de Weintraub. Confira a postagem de Eduardo pelo Twitter:

“Na noite desta quinta-feira, meu amigo Abraham Weintraub foi eleito diretor do Banco Mundial. Parabéns, @AbrahamWeint, boa sorte nesta nova jornada!”

O irmão de Abraham, Arthur Weintraub, escreveu também no Twitter:

“Abraham Weintraub aprovado como diretor no Banco Mundial. E os marinho, frias, cnn etc, vão botar algum adendo depreciativo na sequência da manchete (tipo “alvo de dois inquéritos”, ou que “sindicato de funcionários foi contra”). Sigam com seus padrões de qualidade de “notícias”.”

A efetivação de Weintraub foi comunicada pela Instituição:

“O Banco Mundial confirma que o sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco”.

“O sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição. Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas”, disse o Banco em nota.

A ida do ex-ministro para o cargo no Banco Mundial foi uma escolha do presidente Bolsonaro e os demais países somente ratificaram a escolha pela importância do Brasil. Esperamos que Abraham não faça nosso País passar ainda mais vergonha no plano mundial.