Bolsonaro não vê problema em desmatar a Amazônia “pois a terra é fértil e logo se recupera”

O presidente Bolsonaro soltou mais uma de suas pérolas na ‘live’ desta quinta-feira (16) feita pelas redes sociais. Ele disse que não há problema em desmatar a Amazônia.

Falando da sua Medida Provisória da ‘grilagem’ que caducou no Congresso, Bolsonaro disse: “Se o produtor desmata todo ano, não tem problema nenhum. A terra é tão fértil que se o produtor de uma ano para outro não trabalhar, quase que volta uma mata nativa…”

Assista ao disparate:

Qualquer estudante de ensino médio que não tenha tomado bomba em Geografia sabe que o solo da Amazônia é pobre, e que a biosfera acima do solo é que alimenta a floresta.Uma vez desmatada, a possibilidade de desertificação é alta. Inclusive, desmatar para agricultura é pouco recomendável e contraproducente.

A Floresta Amazônica é composta por árvores centenárias, algumas com mais de mil anos. Ela vale muito mais para o país de pé, do que derrubada. A devastação da Amazônia vai alterar todo o ciclo de chuvas no interior do Brasil, podendo inviabilizar o agronegócio onde ele já está estruturado.

Economia

Mas a burrice e a ganância campeiam. Bolsonaro prefere garimpos e madeireiros que índios e manejo florestal.

Bolsonaro quer derrotar Moro em número de outdoors no País

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu algumas bandeiras durante sua live semanal desta quinta-feira (16), mas também fez um marketing político para si mesmo. Ele pediu indiretamente que seus correligionários espalhem propaganda de seu governo.

Bolsonaro mostrou xerox do que seria 100 outdoors expostos “espontaneamente” em todo o País em apoio ao governo.

Na live de hoje, Bolsonaro abordou os seguintes pontos:

  1. Outdoors em apoio ao governo
  2. O agronegócio em detrimento do meio ambiente
  3. A permanência de militares no governo
  4. O uso da cloroquina da “Annita” como medicamentos para Covid-19.

Sobre a propaganda em outdoors, Bolsonaro pretende derrotar o ex-ministro Sérgio Moro em número desse material exibido no País.

O ex-juiz e a Lava Jato basearam sua campanha política, ideológica e de ódio nos outdoors espalhados Brasil afora.

Jair Bolsonaro quer se apropriar da tecnologia de seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Eles, inclusive, chegaram a dividir o mesmo cartaz no começo deste ano.

Há um custo nisso. Alguém paga a conta. Quem?

“Não estou pagando nada, nem incentivando nada”, disse ele, na defensiva.

Ganha um comprimidinho de cloroquina quer acertar o(s) nome(s) do(s) financiador(es) dos caríssimos outdoors.

Assista a íntegra da live semanal de Bolsonaro:

Live Semanal – 16/07/2020

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Quinta-feira, 16 de julho de 2020

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Sérgio Moro teme a visita do “Japonês da Federal” durante o inverno de Curitiba

O ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro não tem dormido direito porque, segundo amigos, estaria receoso de uma inesperada visita do “Japonês da Federal” numa manhã de inverno em Curitiba.

O ex-juiz residente na capital paranaense, onde, nessa época, costuma fazer frito próximo a zero grau. É a capital mais fria do País.

Tirando o fetiche da visita do “Japonês da Federal”, pois o ex-agente Newton Ishii já se aposentou, Sérgio Moro acredita que uma operação da Polícia Federal está em gestação para desmoralizá-lo.

A força-tarefa de Curitiba ataca o procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem acusa de atuar com viés político para minar a candidatura de Moro às eleições de 2022.

Note o caro leitor que os procuradores da “República de Curitiba” acusam a PGR de fazer o que eles fizeram no sábado passado, para usar uma expressão do ministro do STF Gilmar Mendes, a política, e assumem que a força-tarefa age como tendência partidária dentro o judiciário ao se colocarem como defensores dos interesses do ex-juiz.

O medo do “Japonês da Federal”, um fetiche criado pela mídia e pela própria Lava Jato, foi alimentado com a recente recusa da força-tarefa de compartilhar dados de operações pretéritas com a chefia da PGR. Foi preciso uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF), acatada pelo ministro Dias Toffoli, obrigando o compartilhamento de todos os dados.

A paúra em procuradores e no ex-juiz Moro aumentou com a retomada das negociações da PGR para a delação premiada do ex-advogado da empreiteira Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, que afirma ter sido chantageado por um advogado amigo e padrinho de casamento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.

Os procuradores força-tarefa veem objetivo político da PGR, que, segundo eles, visa minar a Lava Jato, a candidatura de Sérgio Moro, e beneficiar o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Sérgio Moro deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública em abril, acusando Bolsonaro de tentar se intrometer nas investigações da Polícia Federal para beneficiar parentes e amigos. Desde então, Moro luta para viabilizar sua candidatura à presidência em 2022.

Embora as pesquisas de opinião enxerguem o ex-juiz como um forte candidato, hoje, ele poderá perder fôlego até 2022. Moro não tem cargo, nem partido, nem palanque para sustentar a corrida rumo ao Palácio do Planalto.